Economia

Às vésperas das eleições, Argentina lança mais uma taxa de câmbio, o dólar 'vaca muerta'

Nova taxa de câmbio estará em vigor até 25 de outubro, podendo ser prorrogada até 25 de novembro. Anúncio foi feito às vésperas do vencimento do 'dólar soja' e em meio à alta do 'dólar blue'

Argentina: moeda do país tem desvalorizado diante de incessantes crises na economia (Elijah-Lovkoff/Getty Images)

Argentina: moeda do país tem desvalorizado diante de incessantes crises na economia (Elijah-Lovkoff/Getty Images)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 27 de setembro de 2023 às 14h42.

Última atualização em 27 de setembro de 2023 às 14h54.

Às vésperas do vencimento do dólar soja e em meio à alta do dólar blue, o ministro da Economia e candidato presidencial da União pela Pátria, Sergio Massa, anunciou a criação do "dólar vaca muerta'', uma taxa de câmbio especial destinada ao setor de hidrocarbonetos, ao participar de um evento no oleoduto norte de Vaca Muerta.

"Temos um histórico de produção de gás e petróleo, de investimento em hidrocarbonetos. Mas com o resultado eleitoral, ninguém pensava que a incerteza estava a travar o setor. Não queremos deixar de gerar emprego e de perfurar para produzir", disse ministro, acrescentando:

Fique por dentro das últimas notícias no WhatsApp da Exame. Inscreva-se aqui 👉 https://t.ly/6ORRo

"Tomamos a decisão de reconhecer 25% do que exportam e trazem para a Argentina para investir no valor do dólar CCL para que os níveis de investimento aumentem nos próximos 60 dias no setor de petróleo e gás, o que garante estabilidade nos empregos. Isso garante que continuaremos com as obras e também garante a estabilidade no sistema financeiro".

Ele ressaltou que o trabalho dos petroleiros permitirá que aqueles que especulam antes das eleições encontrem uma enxurrada de oferta no sistema de dólar CCL e, assim, ''não poderão mais especular antes dos resultados das eleições".

Massa fez o anúncio na área La Amarga Chica, em Vaca Muerta, onde foram apresentadas as obras do oleoduto Vaca Muerta Norte, a cargo da YPF.

Com base na iniciativa, anunciada às vésperas das eleições na Argentina, a pasta liderada por Sergio Massa está confiante de que receberá US$ 1,2 bilhão para aumentar as reservas do Banco Central (BCRA) e dar ao governo poder de fogo para garantir a estabilidade cambial e financeira na reta final do mandato de Alberto Fernández.

De acordo com fontes oficiais, a medida anunciada por Massa estará em vigor até 25 de outubro e poderá ser prorrogada até 25 de novembro, dependendo do sucesso do programa. Em contrapartida, as empresas petrolíferas terão de respeitar o acordo de preços para o mercado local até 30 de novembro.

De acordo com fontes, a iniciativa foi antecipada pelo ministro a autoridades das principais empresas do setor, como o presidente da YPF, Pablo González; o presidente da Pampa Energía, Marcelo Mindlin; e o presidente da Vista, Miguel Galuccio.

O oleoduto Vaca Muerta Norte — apresentado com a participação da secretária de Energia, Flavia Royon, e do presidente da YPF, Pablo González — aumentará em 50% a atual capacidade de transporte de petróleo da Bacia de Neuquén.

O anúncio para o setor de hidrocarbonetos vem depois que o ministro anunciou na tarde de terça-feira, juntamente com a diretora executiva da Administração Nacional de Seguridade Social (Anses), Fernanda Raverta, o reforço da renda para os trabalhadores informais, que consistirá em dois pagamentos de 47 mil pesos em outubro e novembro, respectivamente, totalizando 94 mil pesos.

Acompanhe tudo sobre:ArgentinaJurosCâmbio

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo