Medidas de restrição aos prazos de crédito consignado não seriam efetivas para o consumidor, segundo o FT (Wilson Dias/ABr)
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2011 às 09h07.
São Paulo - As mudanças anunciadas pelo Banco Central brasileiro para restringir o prazo no crédito consignado podem ser como um "tiro n'água", afirmou um artigo de Joe Leahy no blog beyondbrics, do jornal Financial Times. Segundo o texto, o banco se tornou tão especializado em realizar medidas macroprudenciais que os analistas têm dificuldade para entender suas ações.
A alteração no empréstimo consignado afetará operações de prazo mais longo, acima de três anos. Os bancos precisarão reservar mais capital em tais créditos, o que significa deixar mais dinheiro parado para fazer frente a eventuais perdas. Mesmo com essa mudança, o impacto para a economia brasileira como um todo deve ser fraco, segundo o Financial Times.
Para o FT, as medidas com o crédito consignado parecem ser uma distração para a real jogada do BC nesta semana: uma provável elevação da taxa básica de juros, a Selic. O percentual pode ficar em 12,5% ao ano, acima da atual taxa de 12,25%, mantendo o Brasil entre os países com maior taxa de juros entre as grandes economias.
De acordo com o texto, as mudanças no crédito consignado não mudarão as operações com cartões de crédito convencionais, já que os consumidores ainda pagam 200% de taxa nesses cartões. Essa situação, para o FT, é mais preocupante do que as medidas macroprudenciais do Banco Central.