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1. A luta contra a recessão
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São Paulo - Embora a recessão global tenha terminado oficialmente em 2010, após o período de turbulência marcado pela crise de crédito subprime em 2008, algumas cidades ao redor do mundo ainda enfrentam dificuldades em recuperar o crescimento e se desenvolver, principalmente nos
Estados Unidos, na
Europa e nas áreas afetadas pelo tsunami que atingiu o
Japão no ano passado, segundo o estudo
Global Metro Monitor 2011, elaborado recentemente pelo instituto americano Brookings. Segundo a pesquisa, que avaliou o desempenho do PIB per capita e das oscilações nos postos de emprego em 200 metrópoles ao redor do mundo, as cidades que
mais se desenvolveram em 2011 estão localizadas na região Ásia-Pacífico, embora a América Latina também tenha registrado um bom desempenho (Santiago do Chile ficou na 9ª posição, enquanto Buenos Aires apareceu em 16º lugar). Entre as metrópoles brasileiras,
Belo Horizonte figurou na 28ª posição, seguida por
Brasília (32ª) e por
São Paulo (37ª). Confira a seguir a lista das cidades que tiveram pior desempenho no ranking, e as razões pela qual ainda enfrentam dificuldades em crescer.
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2. 2. Lisboa (Portugal)
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- Variações no Emprego (2010 x 2011): -2,4%
- Variações no PIB per capita (2010 x 2011): -2,8%
- PIB per capita: US$ 24.194
- População: 2,84 Milhões
- PIB: US$ 69 Bilhões Depois da Grécia, a grande preocupação dos investidores internacionais é Portugal. Com uma economia estagnada e ainda sentindo os efeitos da crise de dívida pública na Europa, o país europeu se viu obrigado a recorrer à ajuda internacional para controlar suas finanças, e adotou medidas de austeridade para conter os gastos governamentais. O resultado disso não poderia ser outro: Lisboa e seu desenvolvimento foram fortemente afetados. A capital portuguesa obteve a segunda pior performance no ranking do instituto Brookings. "Semelhante a Atenas (Grécia) e Dublin (Irlanda), a economia de Lisboa sofre por conta das pobres condições macroeconômicas regionais e nacionais, incapazes de financiar o déficit orçamentário da cidade nos mercados internacionais. É devido a isto que Portugal teve que recorrer a ajuda externa, obtendo recursos do Fundo Monetário Internacional", destaca um trecho do relatório.
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3. 3. Dublin (Irlanda)
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- Variações no Emprego (2010 x 2011): -3%
- Variações no PIB per capita (2010 x 2011): -0,3%
- PIB per capita: US$ 55.578
- População: 1,72 Milhão
- PIB: US$ 95 Bilhões Nos anos que antecederam o último período de recessão visto na Europa, a Irlanda era considerada um modelo de sucesso: o país atraiu mais empresas do que qualquer outra nação do Velho Continente. Entre 1993 e 2007, a quantidade de empregos no país crescía a uma média de 4,3% ao ano, enquanto o avanço da renda média era de 5,6% ao ano, registrando o melhor desempenho em toda a Europa. Na ocasião, o mercado imobiliário era a grande coqueluche do momento. No entanto, com a chegada da crise que afetou os Estados Unidos em 2008, o segmento de imóveis na Irlanda também sofreu por conta dos efeitos da turbulência econômica, e o cenário no país mudou fortemente. Entre 2009 e 2010, Dublin - junto com algumas cidades da Espanha e da Itália - era uma das poucas metrópoles que permaneciam em recessão, registrando queda de 1,8% na renda e um recuo de 4% na quantidade de empregos - um dos piores do mundo naquele período.
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4. 5. Sacramento (Estados Unidos)
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- Variações no Emprego (2010 x 2011): -1%
- Variações no PIB per capita (2010 x 2011): -0,8%
- PIB per capita: US$ 42.283
- População: 2,18 Milhões
- PIB: US$ 92 Bilhões Sacramento, localizada na Califórnia, é a segunda metrópole americana na lista das cidades com menor desenvolvimento do mundo em 2011. O município registrou um forte crescimento nos anos pré-recessão, com moradores se deslocando de São Francisco por conta da grande oferta de empregos: a metrópole registrava quase o dobro do nível de postos de trabalho criados em relação as demais cidades americanas. No entanto, com a crise de 2008, "houve um declínio de 60% nos postos de trabalho", destaca o relatório do instituto Brookings. Grande parte dos trabalhadores locais atuam como servidores públicos e, devido às medidas de austeridade que ocorreram na região, acabaram perdendo seu emprego. Para se ter uma ideia, o levantamento indica que mais de um em cada quatro postos de trabalho em Sacramento são de servidores públicos.
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5. 6. Madri (Espanha)
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- Variações no Emprego (2010 x 2011): -1,4%
- Variações no PIB per capita (2010 x 2011): +0,1%
- PIB per capita: US$ 33.208
- População: 6,4 Milhões
- PIB: US$ 212 Bilhões Madri é a segunda cidade da Espanha na lista das que tiveram o menor desenvolvimento do mundo, perdendo apenas para Sevilha, mas ficando à frente de Barcelona. É também a capital do país europeu. Antes da recessão entre 1993 e 2007, a quantidade de empregos em Madri estava crescendo a uma taxa anual de 3,7%. Entre 2008 e 2009, durante o auge da crise nos Estados Unidos, o número de postos de trabalho recuou 5,7%, diminuindo desde então mais 2% em média nos anos posteriores. Em meados de janeiro de 2012, o governo espanhol anunciou o primeiro conjunto de medidas de austeridade a serem aplicadas no país. A expectativa do Brookings é que o pacote terá impacto sobre os diversos funcionários públicos que residem na capital espanhola.
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6. 8. Barcelona (Espanha)
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- Variações no Emprego (2010 x 2011): -1,2%
- Variações no PIB per capita (2010 x 2011): 0,2%
- PIB per capita: US$ 29.767
- População: 5,43 Milhões
- PIB: US$ 162 Bilhões Assim como Sevilha e Madri, Barcelona também foi fortemente afetada pela alta taxa de desemprego que atingiu a Espanha por conta da crise de dívida pública na Europa. De acordo com o instituto Brookings, a metrópole viu seu crescimento tombar após um período de grande expansão, similar ao visto em Las Vegas (Estados Unidos). Durante o período pré-recessão, entre 1997 e 2007, a quantidade de empregos na cidade espanhola avançou em média 3,3% ao ano, atingindo uma das mais altas taxas de toda a Europa, impulsionada pelo boom no setor de construção. Com a chegada da crise e as medidas de austeridade na Espanha, Barcelona viu sua expansão tombar: entre 2010 e 2011, o número de postos de trabalho caiu 1,2%, enquanto a renda dos trabalhadores não registrou elevações significativas.
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7. 9. Valência (Espanha)
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- Variações no Emprego (2010 x 2011): -0,9%
- Variações no PIB per capita (2010 x 2011): -0,2%
- PIB per capita: US$ 23.165
- População: 2,56 Milhões
- PIB: US$ 59 Bilhões Assim como Barcelona, Madri e Sevilha, a metrópole de Valência também sofreu com o alto nível de desemprego na Espanha, um dos países mais afetados por conta da crise de dívida pública na Europa. Em um único ano durante o período de recessão, a taxa de desempregados no país europeu saltou para 10%. Entre 2010 e 2011, a quantidade de postos de trabalho diminuiu em mais 0,9%, ao mesmo tempo em que a renda dos trabalhadores recuou 0,2%. A cidade é uma das 12 na lista das 200 metrópoles analisadas pelo instituto Brooking que constatou tanto uma queda nos empregos como na renda no ano passado.
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8. 10. Richmond (Estados Unidos)
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- Variações no Emprego (2010 x 2011): -1%
- Variações no PIB per capita (2010 x 2011): +0,2%
- PIB per capita: US$ 48.083
- População: 1,27 Milhão
- PIB: US$ 61 Bilhões Entre 2010 e 2011, a quantidade de postos de trabalho em Richmond recuou 1%, ao mesmo tempo em que cresceu 0,9% em todo os Estados Unidos. O motivo, segundo o relatório do instituto Brookings, é porque a cidade depende muito dos empregos públicos - mais do que uma em cada seis vagas são de servidores, revela o levantamento. Com a implementação de medidas de austeridade para reduzir os gastos governamentais locais, muitas pessoas perderam seu trabalho, explica o estudo. Para piorar, a economia de Richmond é bastante dependente do porto da cidade. A situação se agrava na medida em que o movimento de navios diminui por conta do desaquecimento da economia global, em especial no que diz respeito as embarcações com destino a Europa.