Dinheiro: redução na lucratividade das empresas ajudou a derrubar a arrecadação do ano de 2014 (Marcos Santos/USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 28 de janeiro de 2015 às 15h59.
Brasília - A arrecadação de dezembro passado, que somou R$ 114,748 bilhões, foi a mais baixa para o mês desde 2009, quando registrou a marca de R$ 102,161 bilhões, a preços corrigidos pelo IPCA.
A Receita Federal divulgou na tarde desta quarta-feira, 28, que a arrecadação de tributos federais fechou 2014 com queda real de 1,79% em relação a 2013, somando R$ 1,187 trilhão - o primeiro recuo do recolhimento de impostos em termos reais desde 2009.
Empresas
A redução na lucratividade das empresas ajudou a derrubar a arrecadação do ano de 2014.
Segundo dados divulgados pela Receita Federal, as pessoas jurídicas recolheram R$ 9,238 bilhões a menos que em 2013 (queda de 4,58%) em Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
O maior reflexo foi entre as grandes empresas que fazem o recolhimento pela estimativa mensal.
A retração no IR e na CSLL representa 40,38% de toda a frustração de receitas no ano passado.
O pagamento de PIS e Cofins teve redução 3,47%, o que representa queda nominal de R$ 9,114 bilhões.
Também contribuiu na queda o fato de, em maio de 2013, a Receita Federal ter tido uma arrecadação extraordinária de R$ 4 bilhões.
Além disso, a renúncia fiscal no ano passado foi R$ 25,458 bilhões a menos que em 2013.
"O desempenho da arrecadação pode ser explicado pela redução de IR, da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, PIS e Cofins e desonerações", disse o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita, Claudemir Malaquias.
Ele destacou a desoneração da folha de pagamento, da cesta básica e exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins.