Economia

Arrecadação acompanha recuperação da economia, diz Rosenberg

De acordo com economista da Rosenberg & Associados, esta está mantendo a previsão de um superávit primário de 1,9% do Produto Interno Bruto


	Dinheiro: para economista da Rosenberg, arrecadação de agosto só foi melhor que no mesmo mês do ano passado porque este ano houve registros de arrecadações extraordinárias
 (Andrew Harrer/Bloomberg)

Dinheiro: para economista da Rosenberg, arrecadação de agosto só foi melhor que no mesmo mês do ano passado porque este ano houve registros de arrecadações extraordinárias (Andrew Harrer/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2013 às 15h41.

São Paulo - Os números da arrecadação de impostos e contribuições federais em agosto, que no agregado somaram R$ 83,95 bilhões, valor 2,68% superior à arrecadação de agosto de 2012 em termos reais, "parecem dar continuidade à lenta recuperação da economia que se iniciou nos últimos meses".

A avaliação é do economista da Rosenberg & Associados Rafael Bistafa.

De acordo com ele, o crescimento da arrecadação vinha numa trajetória de desaceleração desde 2011, que se acentuou em 2012, atingindo o fundo do poço em abril, com queda de 1,4% no período de 12 meses em relação ao mesmo período encerrado em abril do ano passado, em termos reais.

A partir de então, a trajetória de crescimento da arrecadação começou a melhorar, chegando a uma expansão de 0,28% em agosto, na mesma base de comparação.

Este dado é um cálculo feito pela Rosenberg & Associados e, segundo Bistafa, não indica uma melhora muito expressiva. "Indica apenas que a trajetória da arrecadação parou de piorar", disse em entrevista ao Broadcast.

Outro ponto que na avaliação do economista da Rosenberg merece destaque é que a arrecadação de agosto só foi melhor que no mesmo mês do ano passado porque este ano houve registros de arrecadações extraordinárias. Ele se refere às antecipações de cobrança de Imposto de Renda e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL).

Ainda de acordo com Bistafa, apesar de os dados da arrecadação de impostos e contribuições colocarem agosto deste ano como o melhor da sua série histórica, para o restante do ano ele não vê um grandes ganhos para o superávit primário do setor público consolidado.

"Desde meados do ano passado que nós estamos alertando que o superávit primário deste ano seria um desastre", disse o economista.

De acordo com ele, a Rosenberg está mantendo a previsão de um superávit primário de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB).

"Seguimos bastante confortáveis com essa meta por causa dos governos regionais", disse o economista, para quem estados e municípios deverão entregar este ano um superávit primário em torno de 0,50% do PIB, ou seja, abaixo da meta de 0,95% prevista para 2013. Para ele, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é o principal instrumento de arrecadação dos Estados, está estabilizado.

Mesmo porque, segundo Bistafa, "o governo federal está gastando mais do que deveria se quisesse mesmo cumprir a meta de superávit". A meta revisada de superávit primário do setor público consolidado neste ano é de 2,3%. A meta original era de 3,1% do PIB.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraGovernoImpostosIndicadores econômicosLeãoPIB

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto