Crítica aos fundos abutres: eles não aceitaram renegociação da dívida promovida pela Argentina em 2005 e 2010 (Alejandro Pagni/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de fevereiro de 2015 às 19h15.
O vice-ministro da Economia da Argentina, Emmanuel Alvarez Agis, ratificou nesta sexta-feira a vontade do país para negociar com os fundos especulativos que demandam 1,33 bilhão de dólares pela dívida em default.
"A posição da Argentina com os 'holdouts' é a de negociar, mas pedimos condições", disse Alvarez Agis em declaração à rádio Del Plata, ao ser consultado por um comunicado dado na quinta-feira pelo mediador Daniel Pollack.
Pollack, que foi nomeado pelo juiz federal nova-iorquino Thomas Griesa, disse que a Argentina não respondeu ao convite de negociação feito em janeiro pelos fundos NML Capital e Aurelius.
Sobre essa declaração, o vice-ministro argentino revelou que há duas semanas Pollack se comunicou por telefone com o ministério da Economia e ofereceu uma negociação com duas condições: que não envolvesse dinheiro vivo e que fosse absolutamente confidencial.
"Duas semanas depois do primeiro chamado, Pollack, impaciente, acusa publicamente a Argentina de não responder ao convite, com o claro propósito de 'demostrar' que a Argentina não quer negociar e os fundos abutres, sim", disse o Ministério em nota na noite de quinta-feira.
"Onde está a confidencialidade que você mesmo solicitou, Sr. Pollack? Onde está a sua imparcialidade como mediador?", questionou.
Alvarez Agis lembrou que o governo já havia pedido, por considerá-lo parcial, a remoção do mediador nomeado por Griesa.
O governo da presidente Cristina Kirchner disse que "quer pagar 100% dos credores, mas em condições justas, legais, equitativas e sustentáveis".
Os fundos mencionados não aceitaram a renegociação da dívida promovida pela Argentina em 2005 e 2010, e que contou com a participação de aproximadamente 93% dos credores.
Eles abriram um processo na justiça americana cobrando o valor da dívida e os juros atrasados.
Como Argentina se negou a acatar a decisão, Griesa bloqueou no Bank of New York (BoNY) um pagamento de 539 milhões de dólares para os credores dos títulos reestruturados sob legislação dos EUA, o que levou agências de classificação de risco a declarar o país em moratória parcial no dia 30 de julho.