Sede do Mercosul em Montevidéu: Membros do Mercosul devem reunir-se em 7 de março para discutir em que grau estão dispostos a retirar as tarifas de importação para produtos da UE (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 25 de fevereiro de 2014 às 12h05.
Bruxelas - O Brasil prefere que as negociações de livre-comércio entre União Europeia e Mercosul incluam a Argentina, mas o país está preparado para avançar sem seu aliado regional, disse a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu.
Para ela, o setor empresarial brasileiro está unido no apoio a um acordo entre UE e Mercosul, depois de 15 anos das primeiras conversas.
Uruguai e Paraguai também estão prontos para um acordo, mas não está claro se a Argentina, um dos membros mais protecionistas do G20 --grupo das principais economias do mundo--, irá concordar com a abertura de mercado para as importações da União Europeia.
"A Argentina hoje é um obstáculo", disse Kátia Abreu, senadora pelo PMDB de Tocantins, em entrevista à imprensa em Bruxelas.
Membros do Mercosul devem reunir-se em 7 de março para discutir em que grau estão dispostos a retirar as tarifas de importação para produtos da UE. Brasil, Paraguai e Uruguai concordaram em liberar as importações de 90 por cento dos produtos, disse Kátia. O nível é considerado o mínimo para se fazer negócio com a União Europeia.
A Argentina prefere algo entre 80 e 90 por cento, disse ela.
"Não queremos negligenciar a Argentina", disse a presidente da CNA, durante cúpula Brasil-União Europeia. "Esperamos convencê-los, mas talvez eles terão que se unir a nós num momento futuro." Negociadores da UE e do Mercosul vão se reunião em 21 de março.