A concessão para a Petrobras operar em Veta Escondida foi obtida em 1992 e a licença venceria em 2027. A área tem reservas de gás e petróleo (Fabrice Coffrini/AFP)
Da Redação
Publicado em 9 de abril de 2012 às 18h29.
Buenos Aires - Diretores da Petrobras se reunirão nesta terça-feira com representantes do governo argentino e da província de Neuquén para discutir a retirada da concessão para a companhia brasileira operar na área de Veta Escondida.
A província de Neuquén, onde se encontra o campo, cancelou a licença da Petrobrás no dia 3 de abril alegando falta de investimento da empresa. Fontes do governo da província confirmaram à Agência Efe que a reunião, inicialmente marcada para hoje, será realizada nesta terça-feira em Buenos Aires.
A agência estatal "Télam" divulgou que o ministro argentino do Planejamento, Julio de Vido, participará da reunião. Fontes citadas pela agência afirmaram que o objetivo da reunião é "acercar posições" entre as partes e "buscar pontos de acordo para uma saída pactuada".
Neuquén suspendeu a concessão da Petrobras Energia, subsidiária da companhia na Argentina, para explorar a área de Veta Escondida. O governo provincial alegou que a área "permanece sem produção nem reservas comprovadas e com investimentos insuficientes".
Após ser notificada da medida, a Petrobras disse em comunicado que cumpriu com todas as exigências para conseguir a licença. A companhia informou que investiu mais de US$ 10 milhões nos últimos três anos na prospecção de novas acumulações de hidrocarbonetos em Veta Escondida, valor considerado de acordo com as necessidades da jazida, segundo a Petrobras.
Além disso, explicou que começou a realizar investimentos adicionais, com novas tecnologias, para buscar "hidrocarbonetos não convencionais" na área. A concessão para a Petrobras operar em Veta Escondida foi obtida em 1992 e a licença venceria em 2027. A área tem reservas de gás e petróleo.
O governo de Neuquén disse na sexta-feira passada que a área registra um investimento de US$ 1,8 milhão, em 2005, para um estudo de prospecção sísmica, e outro de US$ 10 milhões, em 2009, para a perfuração de um poço, que foi em seguida "abandonado por razões técnicas, não ocorrendo posteriormente mais nenhum investimento".
Segundo as autoridades provinciais, o plano de investimentos para 2012 não previa trabalhos nesta área, por isso em 15 de fevereiro e 12 de março o governo de Neuquén ameaçou formalmente a Petrobras a apresentar um novo plano de investimentos "para corrigir a ausência de produção" sob risco de perder a concessão.