Pedestres caminham ao lado de grafite que diz "Fora, Abutres", em referência aos credores em disputa com a Argentina (Marcos Brindicci/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de agosto de 2014 às 17h38.
Buenos Aires - A <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/argentina">Argentina </a></strong>solicitou nesta segunda-feira que o governo norte-americano intervenha no processo judicial sobre o default da dívida do país depois que um juiz distrital dos <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/estados-unidos">Estados Unidos </a></strong>ameaçou o país sul-americano por não obedecer sua decisão, fazendo o que chamou de falsas declarações.</p>
O juiz dos EUA Thomas Griesa, que cuida da longa batalha da Argentina com os hedge funds sobre dívida, disse na sexta-feira que iria declarar desacatada a ordem judicial, a menos que o governo parasse de alegar publicamente que tinha cumprido as suas obrigações e não estava em default.
O chefe de Gabinete, Jorge Capitanich, rebateu nesta segunda-feira que essa ordem violaria a imunidade soberana da Argentina e pediu ao governo do presidente Barack Obama para conter Griesa.
"Quando se trata de uma relação bilateral com um país soberano e da violação das suas imunidades, é necessário que o Poder Executivo intervenha", disse Capitanich. "O Executivo tem o monopólio sobre as relações com outros países."
"Os Estados Unidos são responsáveis pelas ações de seus ramos de poder, neste caso, o Poder Judiciário, independentemente da liberdade do funcionamento dessas esferas", disse ele.
Em 2002, a Argentina deu default em 100 bilhões de dólares em títulos soberanos e reestruturou a maior parte dessa dívida, mas um grupo de hedge funds foi ao tribunal para o reembolso total.
Griesa decidiu que a Argentina não poderia reembolsar os detentores de dívida reestruturada sem também pagar os hedge funds.