Moreno explicou que observa um clima de ''participação'' entre empresários de ambos países (Robyn Beck/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2012 às 20h50.
São Paulo - O secretário de Comércio Interior argentino, Guillermo Moreno, disse nesta terça-feira que os obstáculos que dificultavam a troca comercial entre Brasil e Argentina estão sendo resolvidos e assegurou que há ''muitas décadas'' a América Latina carece de voz no debate econômico mundial.
Moreno fez estas declarações durante uma visita à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) acompanhado de uma delegação integrada por uma centena de empresários argentinos do setor dos componentes de automação.
O secretário detalhou que como foi estabelecido em um encontro similar realizado há alguns meses ''os problemas entre Brasil e Argentina se resolvem com mais comércio'', algo que, em sua opinião, foi ''cumprido''.
Moreno explicou que observa um clima de ''participação'' entre empresários de ambos países e ressaltou que se o processo de troca comercial fosse realizado em ''moeda local'' seria um ''avanço muito relevante tanto para o comércio brasileiro como para o comércio argentino''.
O secretário lamentou ainda que ''há muitas décadas a América Latina não opina, não participa do debate mundial em termos econômicos''.
Já o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, comentou que o objetivo e os esforços se centram em que a Argentina compre mais do Brasil e vice-versa.
O empresário manifestou que a Argentina faz parte do Mercosul e que se forem registrados desequilíbrios na balança comercial bilateral a solução não passa por vender menos produtos brasileiros, mas por comprar mais mercadoria argentina.
Skaf atribuiu ao ''desconhecimento'' o fato de as companhias brasileiras não estarem adquirindo muitos produtos argentinos.
Além disso, destacou que neste momento há ''um diálogo bom'' com as autoridades da Argentina e que não aceitará um ''desvio'' nas importações de produtos brasileiros em favor de um terceiro país em igualdade de condições.
Sobre a possibilidade de realizar trocas comerciais em moeda local, o presidente da Fiesp disse que ''sem dúvida isso destravaria o comércio'' entre ambas partes.
O setor dos componentes e acessórios de automação representa um terço das exportações brasileiras à Argentina, embora entre janeiro e agosto deste ano o Brasil tenha vendido 18% menos ao país vizinho.