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Da Redação
Publicado em 21 de março de 2014 às 18h01.
Buenos Aires - O governo da Argentina, um dos principais exportadores mundiais de alimentos, disse nesta sexta-feira que investirá cerca de 7 bilhões de dólares na duplicação da área agrícola irrigada, que passaria a 4,3 milhões de hectares em 2030.
O plano visa aumentar em 50 por cento a produtividade de 2,2 milhões de hectares que atualmente não têm irrigação, depois de uma série de secas que nos últimos anos afetaram o potencial de produção do país, o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja e o terceiro de milho.
"O enfoque que propomos muda o olhar estratégico sobre a água. A meta é duplicar a superfície irrigada de nosso país, o que implica a incorporação de tecnologia, de conhecimento e de uso de saberes e de experiências necessárias", disse o ministro da Agricultura, Carlos Casamiquela, em um comunicado.
O total de hectares plantados com irrigação na atual temporada, de 2,1 milhões, representa 6,1 por cento dos 34,2 milhões de hectares usados pela agricultura na temporada 2013/2014.
Os 4,3 milhões de hectares irrigados previstos no planejamento para 2030 representariam 12,5 por cento da área plantada na temporada, que foi prejudicada por uma prolongada estiagem em dezembro e janeiro, a qual reduziu o rendimento do milho semeado mais cedo.
Na safra 2008/09, uma grave seca reduziu drasticamente as colheitas de soja e milho, os dois principais produtos agrícolas da Argentina.
O Ministério da Agricultura investirá mais de 56 bilhões de pesos (7 bilhões de dólares) no projeto, dos quais a região agrícola central receberia ao redor de 3,6 bilhões de dólares, segundo o comunicado do órgão à imprensa.
As províncias do norte da Argentina, normalmente as mais afetadas pela escassez de água, mas detentoras de uma participação menor na produção agrícola, obteriam investimento aproximado de 3,2 bilhões de dólares.
"Serão incorporados 143.000 hectares à matriz produtiva anual e a estimativa é que haverá um incremento na produção de pelo menos 50 por cento nas regiões com projeto na zona dos pampas (a área agrícola mais rica)", segundo o Ministério da Agricultura.
O anúncio ocorre num momento em que os agricultores começam a colher os primeiros lotes de soja e milho da safra 2013/2014. O governo disse nesta sexta-feira que o clima seco nos próximos dias favoreceria a colheita dos dois produtos e evitaria maiores danos causados por doenças.
As chuvas, que começaram a partir da segunda metade de janeiro --depois de um início de verão muito seco e quente-- e continuaram neste mês, o que resultou em excesso de água em distintas zonas agrícolas e prejudicou a atividade rural, favoreceram o desenvolvimento de doenças fúngicas.
A Bolsa de Comércio de Rosário --onde opera o principal mercado de grãos do país-- estimou que a colheita da oleaginosa alcançará o recorde de 54,7 milhões de toneladas e a de cereal, de 22,7 milhões de toneladas.