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Da Redação
Publicado em 4 de junho de 2013 às 22h00.
Buenos Aires - O governo argentino rescindiu o contrato de concessão para o serviço ferroviário de cargas explorado pela empresa brasileira América Latina Logística (ALL), que passa pelos portos das cidades de Rosario e Buenos Aires, anunciou nesta terça-feira uma fonte ministerial.
O ministro do Interior e Transporte, Florencio Randazzo, explicou em coletiva de imprensa que a decisão da rescisão foi tomada por "graves descumprimentos no contrato de concessão".
Com mais de oito mil quilômetros de rede ferroviária, a ALL Argentina é a primeira operadora do país em extensão e a segunda em volume de carga transportada: mais de 5 milhões de toneladas anuais, diz a empresa em seu site oficial.
A ALL operava duas das redes ferroviárias de carga mais importantes do país.
A primeira se estende das províncias de Mendoza e San Juan (ambas no oeste), passando pelas de San Luis e Córdoba (centro), depois pela zona de Rosario, onde funciona o maior porto de escoamento de cereais do país, terminando na capital argentina.
A segunda linha une as províncias de Misiones, Corrientes e Entre Ríos, no nordeste do país e chega ao Paraguai, Uruguai e se une com a rede ferroviária da ALL no Brasil.
Ambos os ramais serão operados pela empresa Belgrano Cargas, que foi recentemente estatizada, segundo o ministro.
O ministro lembrou em coletiva de imprensa que a concessão à ALL foi firmada em 1999 e que desde então vários relatórios revelaram descumprimentos de contrato.
"Foi realizada uma auditoria em 2012 e como foi constatado que a empresa tinha multas que superavam os 30% da garantia do contrato, descumprimento do programa de investimentos, abandono de ramais e suspensão de vias, entre outras", afirmou.
Randazzo também anunciou a rescisão do contrato do Trem da Costa, um serviço de passageiros que percorre a costa do Rio da Prata, entre a capital argentina e sua periferia norte.
O ministro explicou que as medidas "não terão custo algum para o Estado" ao "ser comprovado os descumprimentos da concessionária" e garantiu que o motivo está "ligado ao não cumprimento dos contratos e ao compromisso do governo nacional de baixar os custos de logística para que as produções regionais sejam cada vez mais competitivas".