O ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof: os "holdouts" respondem por apenas 7% da dívida (Juan Mabromata/AFP)
Da Redação
Publicado em 1 de outubro de 2014 às 07h34.
Buenos Aires - A Argentina começará a pagar os bônus nas mãos dos credores que rejeitaram a renegociação da dívida a partir de 31 de dezembro, anunciou nesta terça-feira a presidente Cristina Kirchner.
"Em 31 de dezembro depositaremos 100 milhões de dólares em favor dos 'holdouts', correspondentes ao Bônus Discount", disse Kirchner em um discurso no Palácio de Governo.
Segundo a presidente, o primeiro pagamento aos "holdouts" que se realiza desde o "default" de 2001 se fará "com base na lei aprovada pelo Congresso" e cujo propósito é honrar 100% da dívida.
Os "holdouts" respondem por apenas 7% da dívida, já que 93% dos credores aderiram à renegociação e estavam recebendo de forma normal até a decisão de um juiz federal dos Estados Unidos de bloquear 539 milhões de dólares da parcela depositada em um banco de Nova York.
O bloqueio foi decretado após a negativa da Argentina de pagar aos fundos especulativos 100% da dívida de 1,330 bilhão de dólares.
A Argentina depositou nesta terça-feira 161 milhões de dólares da parcela seguinte da dívida renegociada, mas o fez em um banco de Buenos Aires em razão do bloqueio em Nova York.
A decisão deixou os credores em um impasse, diante da decisão judicial em Nova York e da disponibilidade do dinheiro em Buenos Aires, ao qual têm direito pelo acordo de troca da dívida.
A Argentina argumenta que não pode pagar 1,330 bilhão de dólares aos "holdouts" devido à cláusula de equidade entre os credores prevista no acordo de renegociação da dívida, mas tal impedimento vence em janeiro de 2015.