Bin Salman vem ampliando os direitos de civis mesmo sem promover a democratização no país
Da Redação
Publicado em 19 de dezembro de 2017 às 06h26.
Última atualização em 19 de dezembro de 2017 às 07h48.
A Arábia Saudita vai apresentar, nesta terça-feira, o orçamento para 2018. Tudo indica que o plano é sair da austeridade e passar para o estímulo, numa fase de reinvenção da economia.
A influência de um novo fôlego é inegável: o príncipe Mohammed Bin Salman, que assumiu em junho o posto de herdeiro, e vem adotando decisões arrojadas (para os padrões sauditas) em questões econômicas, políticas e sociais.
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O príncipe, que chegou apresentando um plano intitulado “visão 2030” para diversificar a economia e reduzir a dependência do petróleo, está sendo chamado de Deng Xiaoping árabe, em referência direta ao líder chinês considerado um dos principais responsáveis por colocar a China dentre as potências globais
Na Arábia Saudita, Bin Salman vem ampliando os direitos de civis mesmo sem promover a democratização no país.
Mulheres agora podem dirigir, o país ganhará salas de cinema e emitirá vistos para turistas.
Na política, dezenas de príncipes e ministros foram presos após uma investigação da comissão anticorrupção criada pelo novo líder.
Na economia, as novidades também devem ser radicais: antes a questão fiscal era restrita à relação entre cortes nos gastos e aumentos de impostos.
Agora, o governo deve anunciar subsídios a alguns setores, como o de energias renováveis e de infraestrutura, sem medo de investir para colher os benefícios depois.
A palavra “reforma” também deve ficar de fora do vocabulário, ainda mais depois de um bom resultado fiscal em 2017 — em 2016, o déficit saudita estava em 12,8% do PIB e caiu para 8,9% este ano. Está aberto o caminho para as mudanças.