Economia

Aprovar Previdência é responsabilidade coletiva, diz Maia

A reforma reorganiza o sistema para que aqueles que ganham menos continuem financiando os que ganham mais, diz ele

Rodrigo Maia: ressaltou que a responsabilidade pela aprovação da reforma é de todos, "coletiva" (Adriano Machado/Reuters)

Rodrigo Maia: ressaltou que a responsabilidade pela aprovação da reforma é de todos, "coletiva" (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de novembro de 2017 às 11h52.

Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou o que considera uma tentativa do governo de transferir a responsabilidade pela aprovação da reforma da Previdência ao Congresso Nacional.

"Empurrar a responsabilidade não ajuda. Tenho grande clareza de que a matéria precisa ser votada o mais rápido possível", afirmou, em entrevista exclusiva à Agência Estado. Ele ressaltou que a responsabilidade pela aprovação da reforma é de todos, "coletiva".

Embora ainda não tenha os votos necessários para aprovação de uma reforma mais enxuta, o governo tem seguido firme a estratégia de dividir o peso político da tarefa com os parlamentares. Eles resistem em aprovar medidas impopulares em ano eleitoral.

Maia acredita que é possível votar ainda este ano a versão enxuta da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que muda as regras da Previdência. Uma reforma mínima teria fixação de uma idade para aposentadoria, regra de transição e mudanças no regime dos servidores.

Ele disse também que será um "passo gigante" se a reforma aprovada pelo Congresso preservar 50% da economia prevista com o texto original do governo, ou seja, metade dos R$ 800 bilhões em 10 anos estimados inicialmente. A seguir, os principais trechos da entrevista:

O ministro Eliseu Padilha disse que é responsabilidade "principalmente" do Parlamento decidir se quer a sustentabilidade da Previdência. Como o sr. vê isso?

Esse tipo de declaração do meu amigo Eliseu não ajuda. A responsabilidade é de todo mundo. É coletiva, do Executivo, do Legislativo, do Judiciário, da sociedade. Empurrar a responsabilidade não ajuda.

Tenho o maior prazer de falar que tenho responsabilidade e uma grande clareza de que essa matéria precisa ser votada o mais rápido possível. Todos que estão comandando o País precisam ter a compreensão do que vai representar a votação ou não da reforma da Previdência, se possível ainda este ano, na Câmara.

"Se possível" por quê?

Vamos trabalhar para votar. Os números são de calamidade fiscal. A reforma basicamente está reorganizando o sistema para que aqueles que ganham menos, e que são os que se aposentam com mais idade, não continuem financiando os que ganham mais.

Há uma distorção grande no sistema. É isso que se fala quando menciona "privilégio".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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