Moody’s alerta para repasse lento de alta da Selic para operações de médio e longo prazo (Michael Nagle/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 11 de julho de 2019 às 09h05.
Última atualização em 11 de julho de 2019 às 09h08.
São Paulo — A aprovação do texto-base da reforma da Previdência em primeiro turno pelo plenário da Câmara dos Deputados, com previsão de economia de cerca de 1 trilhão de reais em 10 anos, supera expectativas, disse uma executiva da agência de classificação de risco Moody's.
"Se a aprovação desse texto for confirmada, será um sinal muito bom", disse à Reuters a analista líder da Moody's para Brasil, Samar Maziad, em entrevista por telefone.
Noite da véspera, a Câmara aprovou por 379 votos a 131 o texto principal da reforma da Previdência. O placar foi bem superior aos três quintos exigidos para a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), o equivalente a 308 votos.
O texto chancelado ainda pode ser alterado por emendas as serem votadas separadamente. A expectativa era de que a Câmara estendesse a votação da reforma para votar todos os destaques até a madrugada e assim concluir o primeiro turno, mas o presidente da Casa, Rodrigo Maia, preferiu interromper a votação quando percebeu que, segundo ele, os deputados estavam confusos com as propostas de mudanças. A votação continua nesta quinta-feira.
A previsão inicial da Moody's era de que a economia final com a reforma seria de até cerca de R$ 800 bilhões em uma década.
Mesmo assim, a reforma do sistema de aposentadorias sozinha não será suficiente para recolocar a economia do país de imediato na trilha da recuperação, disse Samar.
A previsão da Moody's é de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça ao redor de 1,2% neste ano e aproximadamente 2% em 2020.
"Por ora, a aprovação da reforma da previdência dá suporte ao rating atual (Ba2, com perspectiva estável), mas esperamos que governo continue com a agenda de reformas", disse a analista.
Aprovado em primeiro turno na quarta-feira, o texto da reforma previdenciária ainda precisa passar por uma segunda rodada de votação no plenário da Câmara, antes de seguir para o Senado, onde também será submetida a duas votações.