Uma funcionária da limpeza da prefeitura declarou que antes de suicidar-se o homem gritou que "não queria deixar dívidas para seus filhos" (Louisa Gouliamaki/AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de abril de 2012 às 08h40.
Atenas - Um aposentado grego, de 77 anos, se suicidou nesta quarta-feira na frente do Parlamento do país devido às dificuldades econômicas que atravessava, segundo vários testemunhos citados pelos meios de comunicação locais.
Fontes da polícia consultadas pela Agência Efe confirmaram que o homem era grego, mas se negaram a comentar um possível motivo do suicídio.
O homem chegou ao local de metrô, se dirigiu até uma árvore situada no meio da esplanada e deu um tiro na cabeça, segundo as testemunhas citadas pela imprensa.
Uma funcionária da limpeza da prefeitura declarou que antes de suicidar-se o homem gritou que "não queria deixar dívidas para seus filhos", segundo um vídeo divulgado pelo canal informativo "Zougla".
Segundo o site "Newsit", o suicida era um farmacêutico aposentado, casado e com uma filha, e se encontrava afogado em dívidas.
Um vizinho o descreveu para o site como "um homem tranquilo" de quem não se esperava semelhante atitude.
As pensões de aposentadoria foram cortadas em cerca de 15% desde o início das medidas de austeridade do governo em 2010.
Os suicídios aumentaram nos últimos três anos na Grécia e os especialistas acreditam que se trata de uma consequência da grave crise econômica.
Entre os anos de 2000 e 2008 houve uma média anual de 366 suicídios, uma das taxas mais baixas da Europa, segundo os dados da Autoridade Grega de Estatísticas.
Em 2009, 2010 e 2011 os números de suicídios aumentaram de forma notável, para situar-se, respectivamente, em 507, 622, e 598 até o dia 10 de dezembro de 2011, segundo um relatório da polícia grega entregue ao Parlamento.
Estes números representam um aumento anual de entre 38% e 69% em relação à média registrada nos anos anteriores.