Paulo Guedes: "Espero que esta seja uma grande semana, que comece agora com o Brasil campeão e que, ao longo da semana, a gente aprove a Previdência" (Ueslei Marcelino/Reuters)
Victor Sena
Publicado em 8 de julho de 2019 às 06h54.
Última atualização em 8 de julho de 2019 às 06h55.
Após a vitória da seleção masculina do Brasil sobre a seleção peruana no jogo de hoje (7), o que rendeu ao país mais um título de campeão da Copa América, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que espera que a próxima vitória seja a aprovação da reforma da Previdência no Congresso Nacional.
"Espero que esta seja uma grande semana, que comece agora com o Brasil campeão e que, ao longo da semana, a gente aprove a Previdência", disse Guedes à TV BrasilGov no intervalo da partida.
A expectativa é que a proposta de reforma da Previdência, que foi aprovada na Comissão Especial na última quinta-feira (4), seja votada em primeiro turno no plenário da Câmara dos Deputados até esta quarta-feira (10). O texto precisa ser aprovado em dois turnos na Câmara antes de seguir para o Senado, onde também passa por dois turnos. Nesse processo, a proposta ainda pode ser modificada.
De forma geral, a proposta estabelece, para se aposentar, a idade mínima de 65 anos para homens e de 62 anos para mulheres, com um mínimo de 20 anos de contribuição para eles e de 15 anos para elas. Os trabalhadores que contribuírem pelo tempo mínimo terão direito a uma aposentadoria de 60% da média dos salários, assegurando que seja pago pelo menos o salário mínimo. Para ter direito a 100% da média dos salários, será necessário contribuir por 40 anos.
Atualmente, a aposentadoria por idade pode ser solicitada pelos homens aos 65 anos e pelas mulheres, aos 60, com, no mínimo, 15 anos de contribuição. Já a aposentadoria por tempo de contribuição pode ser solicitada com 35 anos de trabalho pelos homens e com 30 anos pelas mulheres.
Há ainda regras de transição e regras específicas para determinadas categorias, como os professores.
Para o governo, a reforma possibilitará o equilíbrio das contas públicas. A intenção, conforme afirmou neste domingo o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, é manter a potência fiscal da proposta ao redor de R$ 1 trilhão.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) participou da premiação aos jogadores da seleção brasileira que conquistaram a Copa América, no estádio do Maracanã, na noite deste domingo, no Rio. Quando entrou no gramado com sua comitiva de ministros, o presidente foi recebido com vaias e aplausos - da tribuna de imprensa foi possível ouvir mais vaias, mas também houve muitos aplausos, que podem ter prevalecido de outros pontos do estádio.
Ao final da cerimônia, quando a comitiva caminhou pelo gramado rumo ao túnel de saída, as vaias foram praticamente unânimes. Esse momento durou alguns segundos.
Bolsonaro foi ao campo acompanhado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, sobre quem havia afirmado, na última sexta-feira, que faria um teste de popularidade. "Pretendo domingo não só assistir à final do Brasil com o Peru, bem como, se for possível e a segurança me permitir, iremos ao gramado. O povo vai dizer se nós estamos certos ou não", disse o presidente na ocasião. Além de Moro, foram ao gramado outros ministros e deputados da comitiva que o acompanhou de Brasília até o Rio, na tarde deste domingo.
Durante a premiação, todos os jogadores cumprimentaram Bolsonaro e sua comitiva, e a torcida não reagiu - os aplausos surgiam a cada atleta anunciado, e aparentemente não se referiam ao presidente nem aos ministros e parlamentares.
Ao longo do jogo, também não houve reação da plateia a Bolsonaro e sua comitiva, que chegou quando a cerimônia de encerramento da competição, realizada antes do jogo, já havia começado. Aparentemente o público não reagiu à chegada da comitiva, mas, caso tenham ocorrido aplausos ou vaias, eles se tornaram inaudíveis por conta da música que ecoava pelos alto-falantes do estádio.