Marcos Cintra: "A Hungria teve autorização do BCE e introduziu o imposto em 2014. Na Argentina, é usado há 20 anos com alíquota de 1,2% com excelentes resultado" (Valter Campanato/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de setembro de 2019 às 08h27.
São Paulo — Um dia após ter sido exonerado do cargo de secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra usou sua conta pessoal no Twitter para reforçar sua defesa à implementação de um imposto nos moldes da antiga CPMF no sistema tributário brasileiro.
Cintra foi demitido na quarta-feira pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, após ordem do presidente Jair Bolsonaro, em meio à demora na formatação final da reforma tributária e críticas sobre a criação de uma nova CPMF.
Na rede social, Cintra respondeu a uma publicação a jornalista Juliana Rosa, do canal Globo News, que afirmava que apenas cinco países no mundo possuem impostos como a CPMF: Venezuela, Argentina, República Dominicana, Peru e Sri Lanka.
"A Hungria teve autorização do BCE e introduziu o imposto em 2014. Na Argentina, é usado há 20 anos com alíquota de 1,2% com excelentes resultados", disse Cintra na rede social, que complementou o comentário afirmando que países com tradição tributária consolidada não precisam de CPMF.
A Hungria teve autorizaçao do Banco Central Europeu e introduziu o imposto em 2014. Na Argentina é usado há 20 anos com aliquota de 1,2% com excelentes resultados. Paises com tradição tributaria consolidada não precisam dele https://t.co/AvMuNGeA3A
— Marcos Cintra (@MarcosCintra) September 12, 2019
Além das críticas pela recriação do tributo, Cintra também sofria um desgaste desde o mês passado, quando os integrantes da alta administração da Receita ameaçaram deixar os cargos após Bolsonaro pedir mudanças na delegacia do Rio de Janeiro e atacar os fiscais pelo que chamou de "devassa" fiscal de familiares. Na época, ficou claro para o ministro que Cintra não tinha o comando de fato do órgão, um dos mais importantes na estrutura do governo.
Com a saída de Cintra, Guedes vai promover ampla reestruturação no Fisco.