Economia

Após auditoria de R$ 48 milhões, cúpula do BNDES visita Brasília

Presidente do Banco, Gustavo Montezano, se reuniu com o TCU e integrantes do Ministério da Economia

BNDES: auditoria milanária iniciada em 2018 é alvo de críticas (Nacho Doce/Reuters)

BNDES: auditoria milanária iniciada em 2018 é alvo de críticas (Nacho Doce/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 27 de janeiro de 2020 às 20h03.

Brasília — Após a polêmica envolvendo a contratação de uma auditoria para investigar contratos do BNDES com a empresa J&F, controladora da JBS, por R$ 48 milhões, a cúpula do banco público passou o dia em reuniões em Brasília, nesta segunda-feira.O serviço foi realizado pela consultoria Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP, mas não encontrou qualquer irregularidade. A investigação foi iniciada em 2018, ainda no governo do ex-presidente Michel Temer.

O custo da auditoria foi reajustada duas vezes em dois anos. Inicialmente, a investigação custaria ao banco US$ 6 milhões (ou, na cotação atual, cerca de R$ 25 milhões), praticamente metade do valor final.

O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, se reuniu com o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Aroldo Cedraz e com integrantes do Ministério da Economia. Na semana passada, o também ministro do TCU Augusto Sherman deu um prazo de 20 dias para para o BNDES esclarecer a contratação.

Em operação realizada pelo BNDES, a União informou nesta segunda-feira que concluiu a venda de ações ordinárias (com direito a voto) no Banco do Brasil excedentes ao controle acionário. O saldo da operação foi de R$ 1 bilhão.

Integrantes da equipe de Montezano também se reuniram com o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, e com a deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF). Ela é vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES na Câmara e encaminhou ofício ao banco cobrando explicações.

Os parlamentares querem saber, especialmente, por que Montezano não informou à CPI, ao longo do ano passado, que uma auditoria milionária estava sendo realizada na instituição financeira.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também pediu esclarecimentos ao banco de fomento sobre os custos da investigação.

 

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