Serviços: o PMI de serviços do IHS Markit foi a 52,7 em fevereiro de ter ficado em 50,0 no mês anterior (Sascha Schuermann/Getty Images)
Reuters
Publicado em 5 de março de 2018 às 10h53.
São Paulo - O setor de serviços do Brasil voltou a crescer em fevereiro após quatro meses, no ritmo mais forte em cinco anos, graças à entrada de novos trabalhos, mostrou a pesquisa Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta segunda-feira.
O PMI de serviços do IHS Markit foi a 52,7 em fevereiro de ter ficado em 50,0 no mês anterior, indo acima da marca de 50 que separa crescimento de contração pela primeira vez desde setembro de 2017.
A alta na entrada de novos negócios em fevereiro foi sólida e a mais intensa desde janeiro de 2013, sendo percebida em quatro das cinco categorias monitoradas --a exceção foi Transportes e Armazenamento.
Segundo a pesquisa, o fortalecimento da demanda esteve por trás dessa melhora, mas também houve referências à oferta de novos serviços, que teriam sustentado a expansão.
Apesar desse cenário melhor, o nível de confiança para o futuro foi fraco no mês em relação à série histórica. As expectativas de um cenário político favorável, planos de reestruturação e iniciativas de marketing sustentaram otimismo, mas por outro lado houve preocupações quanto à sustentabilidade da melhora econômica e aos custos operacionais.
Essa preocupação se refletiu em nova redução de funcionários, a mais intensa em seis meses, devido às tentativas de reduzir custos. Assim, o setor de serviços já está há três anos cortando empregos mensalmente.
Em relação aos custos, os empresários pagaram mais pela gasolina e pela energia, de acordo com a pesquisa, e a taxa de inflação chegou à máxima de quatro meses.
O PMI da indústria brasileira também mostrou aceleração do crescimento do setor em fevereiro diante do aumento da demanda interna e da recuperação no volume de novos pedidos, levando o PMI Composto do Brasil à máxima de cinco anos de 53,1 em fevereiro, de 50,7 em janeiro.
"A dinâmica de crescimento do país para o primeiro semestre de 2018 até agora parece encorajadora", destacou a economista do IHS Markit Pollyanna De Lima
"O fluxo contínuo de novos negócios deve garantir aumentos de produção nos próximos meses, enquanto a redução da taxa de juros Selic deve direcionar investimentos domésticos e reduzir os custos de empréstimo das empresas desde que os bancos transmitam isso através de suas taxas de empréstimo."