Comissão especial: parlamentares debateram a reforma por quatro dias (Pablo Valadares/Agência Câmara)
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de junho de 2019 às 17h05.
Brasília - Após de mais de 30 horas de debates, realizados durante quatro dias, a Comissão Especial que analisa a reforma da Previdência na Câmara encerrou no período da tarde desta quarta-feira, 26, a discussão sobre o texto do relator Samuel Moreira (PSDB-SP). A leitura do voto complementar que o deputado vai apresentar, no entanto, foi adiada para quinta-feira, às 9 horas.
Ao encerrar a reunião, o presidente da Comissão, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), destacou que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ainda negocia para incluir Estados e municípios na reforma. "O prejuízo de um dia é menor do que o de não dar solução para entes federativos", afirmou.
Segundo ele, após a leitura da complementação de voto do relator, serão votados os requerimentos de adiamento da votação. Se esses requerimentos forem derrubados, Ramos disse que será estabelecida a data de reinício dos trabalhos da comissão, em acordo com os integrantes do colegiado. Além disso, os deputados terão um prazo para apresentar destaques ainda antes da votação.
No total, dos 154 parlamentares inscritos, 127 falaram, além dos líderes que também participaram do debate. Nesta quarta-feira, o plenário esteve esvaziado na maior parte do dia. Deputados favoráveis à proposta se ausentaram da comissão, o que acelerou o debate. A maioria dos discursos foi feito pela oposição. O relator, Samuel Moreira, também pouco falou.
Nesta quarta-feira, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) foi o primeiro a falar. "O relatório representa mais um passo no desmonte da Constituição Federal", criticou. Em seguida, o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), um dos poucos a favor à reforma a falar durante o dia, defendeu a proposta, mas lamentou que os governos estaduais e municipais tenham ficado fora da reforma.
A expectativa é que a votação na comissão comece na segunda-feira, 1º de julho, e termine a tempo de se votar a proposta no plenário da Câmara no dia 3 de julho, próxima quarta-feira, segundo fontes.