O presidente do BCl, Ilan Goldfajn, já defendeu em eventos que a meta da inflação brasileiro pode cair para 3% no longo prazo (Andressa Anholete/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 29 de junho de 2017 às 06h08.
Última atualização em 29 de junho de 2017 às 07h56.
Após 14 anos de paralisia, a meta da inflação do país deve finalmente ter uma mudança nesta quinta-feira. O Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne e deve reduzir a meta da inflação de 2019 para 4,25%, ante os 4,5% atuais.
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O mercado corrobora a visão de que a inflação deve cair. Economistas consultados pelo Boletim Focus veem a inflação em 3,48% no fim deste ano e em 4,3% em 2018.
“O comportamento de curto prazo é muito favorável. Não há pressão inflacionária nem na atividade, nem no câmbio então se abriu o espaço para começar a reduzir a meta”, diz Luiz Castelli, economista da consultoria GO Associados.
Nem mesmo a crise política tem atrapalhado. Se por outro lado incertezas no campo político podem trazer impacto na formação de preços e no câmbio, o que comprometeria a queda da inflação, por outro, a crise enfraquece ainda mais a atividade econômica e provoca uma tendência desinflacionária. Por enquanto, economistas consideram que os efeitos da crise política na inflação são quase nulos.
Após a reunião do CMN, a atenção dos economistas se voltará para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária, no fim de julho, que decidirá sobre a taxa Selic. Alguns economistas defendem que o comitê precisa acelerar o corte do juro, atualmente no patamar de 10,25%.
Na última reunião, realizada logo após a divulgação do teor da delação do empresário Joesley Batista, o Copom cortou a Selic em um ponto percentual. A ata da reunião adiantou que o ritmo poderia ser reduzido na reunião de julho. A preocupação do banco é sempre com a inflação do país.
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, já defendeu em eventos que a meta da inflação brasileiro pode cair para 3% no longo prazo, seguindo a tendência de outros países emergentes. Se isso acontecer, o país pode se aproximar também dos países desenvolvidos, onde a meta está em 2%.