Economia

Apesar da queda dos juros, Brasil ainda é líder disparado do ranking mundial

Para o país deixar de ser o maior pagador de juros, redução da Selic teria de ser de pelo menos mais 3,5 pontos percentuais

Como tem inflação de 25%, a Venzuela possui a menor taxa real de juros do mundo (Divulgação/Banco Central da Venezuela)

Como tem inflação de 25%, a Venzuela possui a menor taxa real de juros do mundo (Divulgação/Banco Central da Venezuela)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2011 às 18h57.

São Paulo – O corte de meio ponto percentual na taxa Selic nesta quarta-feira não foi suficiente para tirar o Brasil do incômodo primeiro lugar do ranking mundial de juros reais.

Em reunião, na sede do Banco Central (BC), em Brasília, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu dar prosseguimento ao afrouxamento monetário iniciado no fim de agosto, quando os juros básicos da economia também foram reduzidos em meio ponto percentual.

Levantamento feito pelo estrategista-sênior da Cruzeiro do Sul Corretora, Jason Vieira, mostra que a taxa brasileira, descontada a inflação futura, agora é de 5,5% ao ano.

Com esse patamar, o Brasil é o líder disparado do ranking – a taxa é mais do que o dobro da praticada pela Hungria, a segunda colocada (veja tabela abaixo com 40 países).

Para o país deixar de ser o maior pagador de juros do mundo, o Copom teria de reduzir a Selic em mais 3,5 pontos percentuais.

No levantamento feito pela Cruzeiro do Sul Corretora, é possível observar também que, por causa da crise internacional, vários países estão com juro real negativo. A média dos 40 países pesquisados é de -0,8%.

Uma curiosidade: a Venezuela tem a maior taxa nominal de juros (17,37%) e a menor taxa real do mundo (-7,4%). O motivo é a inflação na casa de 25% ao ano.

Posição País Taxa real
Fonte: Cruzeiro do Sul Corretora
Brasil 5,5%
Hungria 2,3%
Chile 1,9%
Indonésia 1,8%
México 1,3%
Austrália 1,1%
Rússia 1,0%
Colômbia 0,7%
Taiwan 0,5%
10º China 0,4%
11º Polônia 0,2%
12º África do Sul 0,2%
13º Israel 0,1%
14º Malásia -0,1%
15º Japão -0,1%
16º Filipinas -0,3%
17º Turquia -0,4%
18º Suíça -0,5%
19º Tailândia -0,5%
20º França -0,7%
21º Argentina -0,8%
22º Coreia do Sul -1,0%
23º Alemanha -1,1%
24º Suécia -1,2%
25º Holanda -1,2%
26º Dinamarca -1,2%
27º República Tcheca -1,4%
28º Itália -1,5%
29º Grécia -1,5%
30º Espanha -1,6%
31º Índia -1,6%
32º Bélgica -2,0%
33º Áustria -2,0%
34º Portugal -2,0%
35º Canadá -2,0%
36º Estados Unidos -3,4%
37º Inglaterra -4,5%
38º Hong Kong -4,9%
39º Cingapura -5,4%
40º Venezuela -7,4%
- Média dos 40 países -0,8%
Acompanhe tudo sobre:América LatinaBanco CentralCopomDados de BrasilEstatísticasIndicadores econômicosJurosListasMercado financeiroRankingsSelicVenezuela

Mais de Economia

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto

Manifestantes se reúnem na Avenida Paulista contra escala 6x1