André Brandão: ex-presidente do HSBC deverá ser o novo chefe do Banco do Brasil (Divulgação/Divulgação)
Rodrigo Loureiro
Publicado em 1 de agosto de 2020 às 12h05.
Última atualização em 1 de agosto de 2020 às 12h23.
O Banco do Brasil definiu quem será o novo presidente da instituição. O nome escolhido foi o de André Brandão. O executivo com passagens pela presidência do banco HSBC, vai substituir Rubem Novaes que anunciou sua saída do banco na última semana.
O nome de Brandão ainda não foi anunciado oficialmente pelo Palácio do Planalto, sendo apenas informalmente comunicado a dirigentes do banco. A confirmação do novo presidente do Banco do Brasil deverá ser dada nesta semana pelo presidente Jair Bolsonaro.
Além disso, normas sociais do Banco do Brasil impedem que Brandão seja oficializado como presidente antes de realizar todos os procedimentos jurídicos para oficializar sua saída do HSBC.
Brandão chegou ao HSBC em março de 2012 ao substituir o Conrado Engel – que também foi cotado para assumir a presidência do Banco do Brasil. O executivo tem mais de 30 anos de experiência no mercado financeiro e passou também pelo Citibank.
O nome causa uma certa surpresa no mercado. Na segunda-feira (24), o ministro da Economia Paulo Guedes e o presidente Jair Bolsonaro estiveram reunidos para discutirem nomes para o comando do banco. Além de Engel, um dos cotados era o economista Mateus Bandeira, ex-presidente do Banrisul.
Guedes e Bolsonaro ainda teriam avaliado a possibilidade de escolha de nomes que já faziam parte da atual direção do BB. Entre eles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, vice-presidente de Gestão Financeira e Relação com Investidores; Mauro Ribeiro Neto, vice-presidente corporativo; e Hélio Magalhães, presidente do conselho de administração do banco.
Por outro lado, o nome de Brandão ganhou força após recusas de executivos do mercado. A questão salarial - considerada baixa - foi um dos motivos apontados para que nomes que teriam sido sugeridos por Guedes não aceitassem o cargo.
Rubem Novaes entregou pedido de renúncia ao cargo ao presidente Jair Bolsonaro, na sexta-feira passada e pegou o mercado de surpresa. O pedido de renúncia se deu, pois o executivo entende que o banco “precisa de renovação para enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário”.
Novaes faz parte de uma seleção de executivos escolhidos por Guedes para assumir a liderança das principais instituições econômicas do país. O grupo agora conta apenas com Pedro Guimarães, no comando da Caixa Econômica Federal, e Roberto Campos Neto, que atua como presidente do Banco Central.
O ex-presidente do Banco do Brasil, que deverá deixar o cargo neste mês era um dos defensores do processo de privatização do BB. Em entrevista à Exame, no fim de maio, o executivo afirmou que os planos neste sentido estavam “paralisados” e culpou a crise econômica gerada pelo novo coronavírus por isso.
“Uma crise econômica mundial desta dimensão resulta sempre na paralisação de negócios que envolvem participações e parcerias. Poderemos retomar as discussões no futuro próximo, quando as condições de mercado ficarem mais claras e desde que agreguem valor aos negócios do Banco”, afirmou na ocasião.
Isso não foi o suficiente para acalmar os ânimos do governo, que enxergavam uma discrepância entre o desempenho da Caixa – que tem liderando a transferência de renda a mais de 100 milhões de brasileiros – e o BB.
A situação piorou em abril. No dia 22, Guedes criticou a atuação de Novaes à frente do BB. Ele disse que o governo “faz o que quer” com a Caixa Econômica Federal e o BNDES, mas no BB “não consegue fazer nada”, mesmo tendo um “liberal lá”, em referência a Novaes. O executivo estava presente na reunião.