Uma das missões do BC, de Alexandre Tombini, é controlar as expectativas do mercado (Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 29 de maio de 2011 às 22h58.
São Paulo - Os economistas do mercado financeiro deram um novo alívio nas projeções para a inflação oficial neste ano, reduzindo-as de 6,31% para 6,27%. O índice, no entanto, ainda está perto do teto da meta (6,50%).
A notícia é ótima para o Banco Central que também luta contra a matemática. A instituição já adotou medidas macroprudenciais no último trimestre do ano passado e promoveu três altas na taxa básica de juros no governo Dilma.
O IPCA de abril estourou o teto da meta no acumulado em 12 meses e os diretores do BC calculam que esse patamar será mantido até agosto. A prévia da inflação oficial de maio confirmou esse tendênc ia.
Nas últimas 24 semanas, o boletim Focus do Banco Central, que colhe semanalmente as previsões de analistas de cerca de 100 instituições financeiras, registrou 20 altas nas estimativas de preços.
No documento desta semana, o crescimento do PIB permaneceu em 4,00%, assim como a taxa básica de juros (12,50%) e a expansão da produção industrial (3,73%). Veja tabela com todas as previsões para 2010 e 2011 na próxima página.
As previsões para a cotação do dólar no fim de 2011 foram mantidas em R$ 1,62, enquanto as projeções para o superávit da balança comercial passaram de US$ 19,50 bilhões para US$ 20,00 bilhões, quase se igualando aos US$ 20,2 bilhões registrados em 2010.
Bola de cristal para 2012
O boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (23) também traz previsões para a economia brasileira no ano que vem. As projeções para o IPCA foram elevadas de 5% para 5,10% - acima do centro da meta de inflação (4,50%).
Os juros básicos foram mantidos em 12,25% e a expansão do PIB de 2012 foi reduzida de 4,20% para 4,10%.
A estimativa para a cotação do dólar permaneceu em R$ 1,70 enquanto a balança comercial deve registrar superávit de US$ 10 bilhões.
Veja as previsões do boletim Focus desta semana
Previsões - Mediana | 2011 | 2012 |
---|---|---|
IPCA | 6,27% | 5,10% |
IGP-DI | 6,89% | 5,00% |
IGP-M | 6,80% | 5,00% |
IPC-Fipe | 5,92% | 4,79% |
Câmbio - fim de período (R$/US$) | 1,62 | 1,70 |
Câmbio - média do ano (R$/US$) | 1,62 | 1,67 |
Meta Taxa Selic - fim de período (ao ano) | 12,50% | 12,25% |
Meta Taxa Selic - média de período (a.a.) | 12,16% | 12,40% |
Dívida Líquida do Setor Público (% do PIB) | 39,23% | 38,00% |
PIB | 4,00% | 4,10% |
Produção Industrial | 3,73% | 4,55% |
Conta Corrente (US$) | -60,00 bilhões | -70,00 bilhões |
Balança Comercial (US$) | 20,00 bilhões | 10,00 bilhões |
Inv. Estrang. Direto (US$) | 50,00 bilhões | 45,00 bilhões |
Preços Administrados | 4,95% | 4,50% |