Economia

Analistas mais cautelosos com soja do Brasil mantêm prudência

Na temporada anterior, o Brasil, segundo produtor global da oleaginosa, colheu um recorde de 75,3 milhões de toneladas, segundo o Ministério da Agricultura

A Agroconsult, assim como outros analistas mais otimistas, projeta um crescimento da área plantada superior a 3 por cento, para 25 milhões de hectares
 (LEOMAR JOSE MEES)

A Agroconsult, assim como outros analistas mais otimistas, projeta um crescimento da área plantada superior a 3 por cento, para 25 milhões de hectares (LEOMAR JOSE MEES)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2011 às 15h26.

São Paulo - O tempo favorável para o plantio e o desenvolvimento inicial das lavouras de soja da temporada 2011/12 do Brasil ainda não foi suficiente para mudar a opinião de alguns importantes analistas que começaram a safra mais cautelosos em relação aos prognósticos da produção.

Na temporada anterior, o Brasil, segundo produtor global da oleaginosa, colheu um recorde de 75,3 milhões de toneladas, segundo o Ministério da Agricultura.

Mas alguns especialistas do mercado, incluindo do governo, acreditam que apesar do crescimento da área plantada o país não conseguirá elevar também sua produção ante 2010/11 por supostamente não conseguir repetir produtividades recordes.

"Podemos dizer hoje que tivemos um início de safra espetacular e não tem nenhuma consideração negativa... mas seguindo uma linha de tendência (de produtividade), chegaríamos a 73,8 milhões de toneladas", afirmou o diretor da Agroconsult, André Pessoa, em entrevista.

Na safra 2010/11, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) registrou uma produtividade média recorde no país de 3.115 kg por hectare.

A Agroconsult, assim como outros analistas mais otimistas, projeta um crescimento da área plantada superior a 3 por cento, para 25 milhões de hectares.


"Se repetirmos as melhores produtividades alcançadas, poderíamos chegar a 78 milhões de toneladas, mas é muito difícil", acrescentou o analista, ponderando que até haveria condições para isso se o tempo colaborar, já que as "condições de plantio foram ideais e o nível de tecnologia empregada na lavoura é muito bom".

Uma preocupação climática nesta safra é com eventuais períodos de seca no Sul provocados pelo La Niña, embora o fenômeno climático esteja mais fraco este ano.

O plantio da safra de soja está na reta final nos principais Estados produtores do Brasil, como Mato Grosso e Paraná, e as primeiras colheitas devem ter início em janeiro nas áreas que começaram primeiro a semeadura.

A AgRural, outra importante consultoria agrícola do Brasil, projeta 73,6 milhões de toneladas, apesar de ver também um crescimento na área para 25 milhões de toneladas.

E mantém a prudência. "Ainda não dá pra rever (a produtividade), é muito prematuro para falar em produtividade... Lá pelo dia 15 de janeiro temos um potencial mais concreto", declarou Fernando Muraro, da AgRural, acrescentando que o rendimento dependerá do clima.

Segundo ele, as recentes chuvas nas regiões produtoras do centro-sul "coroaram" o plantio, e as lavouras estão em condições muito boas. "Daria nota de 8,5 a 9 para a safra." Ele disse ainda que o tempo mais ameno também está reduzindo a evapotranspiração da terra. "O solo fica encharcado, se fizer 15 dias de sol, perfeito." Durante novembro, em meio à fraqueza nas cotações internacionais e com muitos produtores tendo comercializado boa parte de sua safra antecipadamente, o foco do setor produtivo se manteve no plantio.

Acompanhe tudo sobre:AgronegócioAgropecuáriaComércio exteriorCommoditiesExportaçõesSoja

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo