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Da Redação
Publicado em 25 de julho de 2010 às 18h41.
Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse hoje (25) que espera sinais claros da comunidade internacional sobre a participação do Brasil e da Turquia nas negociações de um acordo nuclear com o Irã.
"Nós recebemos sinais ambíguos. Às vezes, [recebemos] um incentivo de que é muito importante que o Brasil e a Turquia continuem a ajudar no processo negociador. Às vezes, recebemos sinais diferentes pelos jornais, aí as pessoas dizem que não foi bem aquilo que eles disseram... Então, nós esperamos que os sinais sejam claros. Nós não temos nenhum interesse nisso, a não ser ajudar a paz", afirmou Amorim.
As declarações do chanceler foram dadas a jornalistas brasileiros em Israel e divulgadas pelo Ministério das Relações Exteriores.
Celso Amorim deu pouca importância a questionamentos sobre a possibilidade de o Irã ter um reator de fusão nuclear. Segundo ele, isso não traz preocupações quanto à segurança. "É mais importante considerar que, se os 1.200 quilos [de urânio levemente enriquecidos pelo Irã] já estivessem na Turquia como já poderiam estar , o mundo todo estaria muito mais tranquilo".
Celso Amorim esteve hoje (26) na Turquia, onde se reuniu com o chanceler Ahmet Davutoglu e almoçou com o chanceler iraniano Manouchehr Mottaki. Ele seguiu hoje mesmo para Israel, onde se reuniu também com o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu.
Em Jerusalém, Amorim informou que conversou sobre a paz entre israelenses e palestinos e que levou as impressões colhidas pelo Brasil em visitas a chefes de Estado do Oriente Médio sobre o assunto.
Segundo Amorim, o que ele fez não foi uma visita de cortesia, já que o encontro durou uma hora e meia e Netanyahu anotou e fez questionamentos sobre o que era dito.
O chanceler brasileiro anunciou que a visita do primeiro-ministro israelense ao Brasil, prevista para agosto, foi cancelada em função de compromissos internos. Mesmo assim, Amorim disse que o primeiro-ministro de Israel reiterou o desejo de visitar o país e prometeu marcar nova data para o encontro em solo brasileiro.