Economia

América Latina tem déficit de investimento em infraestrutura de US$ 180 bi

Vice-presidente do Banco Mundial para a região, Jorge Familiar, ressaltou necessidade de países reorientarem gastos, sem aumento de recursos

Obras: "Grande parte da agenda de desenvolvimento tem a ver com aumentar nossa produtividade e para isso devemos investir em infraestrutura" (Dado Galdieri/Bloomberg)

Obras: "Grande parte da agenda de desenvolvimento tem a ver com aumentar nossa produtividade e para isso devemos investir em infraestrutura" (Dado Galdieri/Bloomberg)

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AFP

Publicado em 13 de junho de 2018 às 17h31.

A América Latina deve investir mais em obras de infraestrutura para aumentar a produtividade e reduzir a pobreza, afirmou nesta quarta-feira (13), no Panamá, o vice-presidente do Banco Mundial para a região, Jorge Familiar.

"Se nós virmos o que nossa região investe em infraestrutura, praticamente todos os países investem menos de 3% de seu Produto Interno Bruto (PIB) ao ano. A Ásia investe 7%", disse o economista mexicano a jornalistas.

"Se fizermos um cálculo muito delicado, o déficit de investimento em infraestrutura é de cerca de 180 bilhões de dólares ao ano", acrescentou.

Familiar falou sobre o assunto durante um fórum no Panamá sobre governabilidade e transparência, que teve a presença do secretário-geral da Organização de Estados Americanos, Luis Almagro.

Contudo, esclareceu que não se trata de que os países gastem mais, mas que reorientem seus orçamentos para investimentos em infraestrutura e atração de capital privado, quando os países têm menos recursos fiscais por uma menos expansão da economia.

"Os países têm que gastar melhor, não necessariamente mais", disse Familiar.

Segundo ele, o investimento em infraestrutura "é uma parte fundamental do que é necessário para aumentar a produtividade de nossa região".

Maior investimento em obras públicas significa "gerar mais crescimento e emprego e um processo social para reduzir a pobreza e a desigualdade", disse Familiar.

Ele destacou que neste século houve uma transformação profunda na América Latina, onde a pobreza foi reduzida à metade e mais pessoas estão se juntando à classe média.

No entanto, 40% da população latino-americana vive em risco, por isso é necessário um crescimento econômico que gere emprego para continuar reduzindo a pobreza.

"Grande parte da agenda de desenvolvimento tem a ver com aumentar nossa produtividade e para isso devemos investir em infraestrutura", concluiu Familiar.

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