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América Latina estimula Espanha a investir em infraestrutura

Na 12ª Cúpula Ibero-Americana presidentes latino-americanos aproveitam para estimular empresas espanholas a investir em seus países

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Da Redação

Publicado em 15 de novembro de 2012 às 17h24.

Cádiz - Os presidentes latino-americanos estão aproveitando a 12ª Cúpula Ibero-Americana para estimular as empresas espanholas a investir em seus países e participar de projetos de infraestrutura, setor-chave para o desenvolvimento da América Latina no qual a Espanha tem grande experiência.

Em contraste com a crise na Europa, a atividade econômica na América Latina é intensa e, apesar da desaceleração mundial, conseguiu na última década reduzir a pobreza de 48% para 29%, e aumentar sua classe média em 50%, de 103 milhões de pessoas para 152 milhões.

Mas o continente sul-americano precisa reduzir a lacuna em matéria de infraestruturas, como transporte, telecomunicações, água e energia, que engessa seu potencial de desenvolvimento econômico.

Segundo o presidente do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), Enrique García, a região precisa aumentar o investimento em infraestrutura de 3% do PIB para 6%.

Um dos países que oferecem maior potencial de colaboração no setor de infraestrutura é o Brasil, devido à Copa de 2014 e aos Jogos Olímpicos Rio 2016, entre outros fatores.

Sexta economia do mundo, o Brasil anunciou em agosto um plano de concessões ao setor privado por US$ 65,5 bilhões que contempla a construção e ampliação de cerca de 7,5 mil quilômetros de estradas e de 10 mil quilômetros de ferrovias, e terá como objetivo melhorar as comunicações entre as zonas produtivas e os portos e aeroportos do país.

Após sua participação na cúpula de Cádiz, a presidente Dilma Rousseff iniciará na segunda-feira uma visita oficial à Espanha e participará de um fórum com empresários de ambos os países em Madri.

A Espanha tem interesse particular na licitação das obras do trem de alta velocidade entre as cidades do Rio e de São Paulo, que foi convocada para maio do ano que vem.

O projeto de ampliação do Puerto Lázaro Cárdenas do México, o metrô do Panamá, a ampliação do Canal do Panamá, a Via Parque Rímac e o Polo Petroquímico Sul do Peru são algumas outras obras de infraestrutura de maior envergadura na América. Mas a lista de projetos é longa e aumenta a cada dia.

A presidente costarriquenha, Laura Chinchilla, deve assinar hoje em Madri, como testemunha de honra, um memorando de entendimento entre a Espanha e a Costa Rica para os estudos técnicos e possível construção de um trem interurbano em San José, segundo informaram à Efe fontes oficiais costarriquenhas.

A Colômbia também tem suas portas abertas aos investidores espanhóis, segundo assegurou em entrevista à Efe o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, poucos dias antes de viajar para Cádiz para participar da Cúpula Ibero-Americana.

Os 100 projetos mais importantes e urgentes de infraestruturas para a América Latina, cujo crescimento médio de 3,2% neste ano e de 3,9%, em 2013, requer um investimento de cerca de US$ 250 bilhões, segundo uma estimativa do Fórum Latino-Americano de Liderança realizado em maio em Lima.

A Cúpula Ibero-Americana de Cádiz tem como objetivo estabelecer uma relação renovada em torno ao desenvolvimento econômico, a promoção da micro, da pequena e da média empresa, o fortalecimento institucional e o desenvolvimento das infraestruturas.

Em 2011, a América Latina atingiu um número recorde de US$ 153,44 bilhões de investimento estrangeiro direto, dos quais 39% procederam do bloco da União Europeia (UE), especialmente da Espanha, segundo a Comissão Econômica para a América Latina (Cepal). EFE

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