Bandeiras do Mercosul: a região deve priorizar reformas que assegurem um crescimento sustentado e inclusivo no médio e longo prazos, diz o BID (Norberto Duarte/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de janeiro de 2015 às 09h59.
São Paulo - O crescimento da América Latina e do Caribe deve acelerar para 2,2% em 2015, de 1,3% em 2014, segundo novas projeções divulgadas pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), nesta terça-feira, 6.
De acordo com o presidente da instituição, Luis Alberto Moreno, em um cenário caracterizado por um crescimento global reduzido, com preços em queda das commodities e espaço limitado para manobras fiscais, a região deve priorizar reformas que assegurem um crescimento sustentado e inclusivo no médio e longo prazos.
"Agora, mais do que nunca, a resposta está em fontes internas de crescimento. Temos um enorme desafio: aumentar a produtividade. Esse fator explica nosso atraso relativo diante de outras regiões do mundo", disse Moreno em relatório.
Segundo ele, entre as principais mudanças que a América Latina e o Caribe precisam promover estão o fortalecimento da integração comercial e a modernização da infraestrutura e serviços públicos.
Outros gargalos para a produtividade são a alta proporção de empregos informais nos mercados de trabalho, o acesso limitado aos serviços financeiros, a má qualidade da educação e os baixos níveis de inovação nas atividades produtivas.
Em novembro, no seu relatório sobre as perspectivas para a América Latina e Caribe, o BID projetava que o crescimento da região este ano, com base na média ponderada dos oito principais países do bloco, seria de 2,3%.
O Brasil aparecia na lanterna, com expansão prevista de 1,0%, enquanto o Peru liderava a lista, com expectativa de avanço de 4,8%.
O presidente do BID ressaltou que, mesmo em meio ao baixo crescimento, é preciso manter os avanços sociais obtidos, com proteção das classes mais necessitadas. "Não podemos retroceder", afirmou, acrescentando que a instituição continuará ajudando a região.
No ano passado, o Banco aprovou mais de US$ 13 bilhões para projetos de desenvolvimento institucional (43%), infraestrutura e meio ambiente (38%), setores sociais (16%) e comércio e integração regional (4%). Também foram emprestados US$ 2,8 bilhões ao setor privado.
Segundo Moreno, o BID tem avançado na definição de uma proposta para unificar todas as suas atividades junto ao setor privado a fim de ganhar eficiência operacional.
O plano deve ser apresentada à Assembleia dos Governadores na próxima reunião anual, marcada para março em Busan, na Coreia do Sul.