Economia

América Latina busca combustível na Venezuela após Harvey

EUA são o maior exportador líquido de produtos refinados de petróleo, com o envio de quase 5,05 milhões de barris de combustível por dia

Combustíveis: furacão Harvey causou grandes mudanças na rotina de compra de combustíveis ao redor do mundo (Edgar Su/File Photo/Reuters)

Combustíveis: furacão Harvey causou grandes mudanças na rotina de compra de combustíveis ao redor do mundo (Edgar Su/File Photo/Reuters)

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Reuters

Publicado em 1 de setembro de 2017 às 12h40.

Houston - Após a tempestade Harvey passar pelo Texas, inundando refinarias e paralisando portos ao longo da costa do Golfo dos Estados Unidos, países da América Latina estão buscando outras fontes de combustível ao redor do mundo, incluindo um avanço sobre uma pequena frota de navios que esperam para descarregar na costa da Venezuela.

Quase não houve navios-tanque com combustíveis saindo do Texas para a América Latina nos últimos seis dias, segundo dados de acompanhamento de embarcações da Thomson Reuters. Terminais e refinarias fechadas pela tempestade provavelmente não deverão se recuperar totalmente por semanas.

Os EUA são o maior exportador líquido de produtos refinados de petróleo, com o envio de quase 5,05 milhões de barris de combustível por dia.

A América Latina recebe quase metade disso, ou 2,5 milhões de barris por dia, e a maior parte dos carregamentos vem da costa do Golfo dos EUA.

Os maiores recebedores de embarques de combustível dos EUA são México, Brasil e Venezuela. A Venezuela faz parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), mas suas refinarias estão em condições ruins e o país mal consegue atender suas necessidades domésticas por combustíveis.

Na terça-feira, uma empresa de trading com duas cargas de diesel que esperavam para descarregar no porto de Curaçao notificaram à petroleira venezuelana estatal PDVSA que pretendem suspender seu contrato de entrega e enviar o carregamento para o Equador, disse uma fonte da PDVSA.

A PDVSA não comentou imediatamente.

México, Brasil e Colômbia, além de outros países, também querem parte dos cerca de 7 milhões de barris de combustível que aguardam atualmente no mar do Caribe, segundo três fontes.

Alguns dos mais de 20 tanques têm aguardado por semanas em alto mar para descarregar, em parte porque a PDVSA tem atrasado pagamentos pelos combustíveis e parte devido a gargalos estruturais nos portos.

O México, que normalmente importa duas cargas de gasolina por dia, está entre os países que buscam comprar esses combustíveis, disseram as fontes. Se as tradings que controlam os navios-tanque receberem ofertas para levar o combustível a outro lugar que não a Venezuela, "eles vão aceitar", disse uma das fontes.

A petroleira estatal Pemex disse na quinta-feira que planejava importar ao menos seis cargas de gasolina, combustível de aviação e diesel de fornecedores na costa Leste dos EUA, no Alabama e nas Bahamas, à medida que alguns portos no Golfo dos EUA seguem fechados.

O Brasil, maior comprador de diesel dos EUA e um grande importador de gasolina, tem restrições para armazenar combustíveis, disse o consultor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires. Mas ele afirma que os impactos da tempestade Harvey sobre a capacidade de embarques dos EUA ainda não se tornou um problema para o país.

A Petrobras, no entanto, tem realizado ajustes mais acentuados nos preços dos combustíveis.

A estatal informou que os preços do diesel vão subir em 4,4 por cento e os da gasolina em 2,7 por cento nas refinarias, a partir de sábado.

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