Sylvia Nasar: para a autora, o Brasil não precisa importar a política econômica dos Estados Unidos, da Ásia ou de qualquer outro lugar (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 16 de outubro de 2012 às 16h31.
São Paulo - O Brasil pode encontrar um caminho próprio para o desenvolvimento, mas precisa manter a estabilidade no ambiente de negócios, segundo Sylvia Nasar, autora do livro “A Imaginação Econômica”. Para a autora, a ideia de que todos precisam adotar o mesmo modelo “é ridícula”, mas todos os países desenvolvidos têm em comum um ambiente estável e amigável a negócios.
Para a autora, o Brasil não precisa importar a política econômica dos Estados Unidos, da Ásia ou de qualquer outro lugar, mas sim o que as economias bem sucedidas tem em comum: o ambiente de negócios.
Nasar citou a Coreia do Sul após a crise asiática, em 1998. “O resto do mundo falava para a Coreia do Sul que ela tinha que mudar. Os coreanos não aceitaram esse aviso. A recuperação deles foi impressionante”, disse, após participar do Diálogos Culturais do Meio Dia, realizado hoje na Editora Abril.
“Acho que a pergunta sobre o Brasil é se a política vai respeitar a regulação, inflação, direitos de propriedade. Se eu quisesse fazer uma projeção de longo prazo, é isso que eu olharia”, afirmou Nasar.
Para Nasar, as pessoas sempre pensaram que o Brasil tinha um potencial incrível, por causa de seus recursos naturais e a economia brasileira tem performado muito melhor na última década, a dúvida é se os ganhos vão continuar. “A pergunta é se a política econômica, quanto a regulação, negócios, vai mover-se para uma direção mais ou menos encorajante de competição e empreendimento”, afirmou.
Sylvia Nasar escreveu o livro “A Imaginação Econômica” e também “Uma mente brilhante”, biografia do matemático John Nash, que serviu de base para o filme de mesmo nome. Nasar é mestre em economia pela Universidade de Nova York , já escreveu sobre o tema para o New York Times e é professora de jornalismo econômico na Columbia University.