Economia

Aluguel acumula queda recorde em 12 meses

Levando-se em conta que a inflação do período ficou em 9,28%, entre abril de 2015 e abril deste ano, a queda real no valor das locações foi de 12,88%


	Aluguel: a rentabilidade com locações, de 4,6% em abril, também foi a mais baixa desde 2009
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Aluguel: a rentabilidade com locações, de 4,6% em abril, também foi a mais baixa desde 2009 (Arquivo)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2016 às 10h57.

São Paulo - Os preços dos aluguéis em abril caíram 0,22%, mantendo a tendência verificada nos últimos 12 meses.

Nesse intervalo, em apenas um mês (fevereiro) o índice ficou estável e, nos demais, houve queda.

No acumulado do período, a redução de preços chega a 4,80%, recorde negativo para a série do índice, iniciada em 2009 pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

De janeiro a abril deste ano, a variação acumula queda de 0,50%. Os dados são calculados mensalmente pelo Índice FipeZap, que acompanha o valor anunciado de locação em diversas cidades brasileiras, tendo como base preços anunciados para locações de novos aluguéis de imóveis na página do Zap Imóveis.

Levando-se em conta que a inflação do período ficou em 9,28%, entre abril de 2015 e abril deste ano, a queda real no valor das locações foi de 12,88%.

A rentabilidade com locações, de 4,6% em abril, também foi a mais baixa desde 2009.

Para Raone Costa, economista da Fipe, proprietários de imóveis têm preferido alugá-los a vendê-los, o que aumenta a oferta e, consequentemente, reduz os preços.

"Como o preço da venda também está em queda, ele prefere perder dinheiro na locação do que dar um desconto elevado na venda."

O movimento ocorre apesar de os preços dos aluguéis estarem em situação mais desfavorável do que os da venda.

Nos últimos 12 meses, o Índice FipeZap para vendas registrou alta de 0,21%, mas foi a menor variação para a série. Com a inflação acumulada, a queda real passa de 8%.

Conjuntura

Costa lembra que, até início de 2014, tanto venda quanto locação de imóveis registravam crescimento forte, em razão da conjuntura macroeconômica favorável para o setor.

Os juros estavam baixos, o desemprego atingia mínimas históricas e a renda crescia acima da inflação.

"Tudo conspirava para que os preços imobiliários subissem porque a demanda crescia bastante", afirma Costa.

Atualmente, afirma o economista da Fipe, ocorre o oposto com todos esses indicadores, resultando numa demanda baixa por imóveis.

Na opinião de Costa, não há sinais de mudanças nesse cenário no curto prazo.

Já no longo prazo, é possível uma reversão, embora não seja possível prever a partir de quando isso ocorrerá, já que o País está no meio de um processo de ajuste econômico.

"A mudança de governo pode impactar nas variáveis do mercado", avalia o economista. "Além disso, o desemprego não vai subir para sempre, pois, com a maior oferta de mão de obra ficará mais barato a contratação."

Nas nove cidades pesquisadas no mês passado pela Fipe, seis apresentaram variação negativa nos preços dos novos aluguéis no acumulado dos últimos 12 meses.

A maior queda ocorreu no Rio de Janeiro (-9,95), seguida por São Paulo (-5,11), Salvador (-3,62%), Porto Alegre (-1,66%), Distrito Federal (-0,16%) e Santos (-0,15%).

A variação foi positiva em Curitiba (6,54%), Campinas (2,14%) e São Bernardo do Campo (1,76%).

A pesquisa não mede a variação de preços de contratos de locação vigentes, que normalmente são reajustados automaticamente pelo IGP-M/FGV, ou por outro índice de correção.

No período de 12 meses a partir de abril de 2015, o IGP-M está em 10,63%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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