Economia

Alto endividamento afeta vendas do varejo, diz IBGE

O volume de vendas do varejo caiu 0,8% em maio ante abril, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Dívidas: o quadro de desaceleração da economia também afetou o humor para o consumo (SXC.hu)

Dívidas: o quadro de desaceleração da economia também afetou o humor para o consumo (SXC.hu)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2012 às 10h42.

Rio de Janeiro - As medidas tomadas pelo governo para estimular o consumo não estão surtindo efeito nas vendas do varejo, segundo Reinaldo Pereira, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O volume de vendas do varejo caiu 0,8% em maio ante abril. Mesmo o índice de média móvel trimestral, que reduz a volatilidade do indicador, se reduziu de 0,3% no trimestre encerrado em abril para 0,0% no trimestre encerrado em maio.

"O governo vem tentando resolver o problema da crise da mesma forma como enfrentou em 2008 e que deu certo. Só que agora tem um ingrediente que não tinha antes, que é o alto nível de endividamento do consumidor. O que os economistas dizem é que dessa vez a saída não é consumo, é investimento", afirmou Pereira.

Na avaliação do pesquisador, além do comprometimento de renda das famílias, o quadro de desaceleração da economia também afetou o humor para o consumo.

"Essa queda nas vendas na margem está de acordo com a atual conjuntura de uma desaceleração na atividade econômica. A indústria já apresentou dados de queda. As projeções para o PIB já vêm caindo, já se fala em crescimento de 2%, tem analista falando até em 1,5%. Então, não é um quadro que se estava esperando, que era que em 2012 a economia iria deslanchar. Isso não aconteceu", lembrou Pereira.

No entanto, o IBGE ressalta que o resultado não pode ser encarado como uma tendência de inflexão nas vendas do varejo, por ser um indicador volátil. Na comparação com maio de 2011, ainda houve aumento de 8,2% nas vendas em maio deste ano.

"Nos últimos doze meses, a taxa de juros vem se reduzindo, houve aumento de salário, o emprego permaneceu forte. Então, essas variáveis vêm se mantendo estáveis e contribuem para esse crescimento de 8,2%", explicou Pereira.

Acompanhe tudo sobre:ComércioConsumoeconomia-brasileiraEstatísticasIBGEVarejo

Mais de Economia

Mesmo com alíquota de IVA reduzida, advogado pode pagar imposto maior após reforma; veja simulações

Subsídios na China fazem vendas de eletrônicos crescer até 400% no ano novo lunar

Conta de luz não deve ter taxa extra em 2025 se previsão de chuvas se confirmar, diz Aneel

Após receber notificação da AGU, TikTok remove vídeo falso de Haddad