Augusto Nardes: “é uma improvisação que nós gostaríamos que não acontecesse no país” (Wilson Dias/ABr)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2014 às 13h16.
Brasília - O projeto enviado ao Congresso pelo governo federal para flexibilizar a meta do superávit primário deste ano é uma “improvisação” que não deveria ocorrer, disse nesta quarta-feira o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes.
“É uma improvisação que nós gostaríamos que não acontecesse no país”, disse Nardes a jornalistas ao ser questionado sobre o projeto enviado pelo Planalto na terça-feira.
Em visita ao Congresso, o presidente do TCU afirmou que irá propor a governadores e ao governo federal um “pacto pela boa governança”, na expectativa de que isso “minimize a questão da improvisação, o chamado "jeitinho brasileiro”.
“Não queremos mais essa questão de atropelo, de liberar recursos 30 dias, nos últimos 60 dias, para o governo fazer caixa e acertar suas contas. O Brasil tem que acabar com essa improvisação, com esse jeitinho de acertar as contas. Temos que ter um planejamento adequado.” Segundo Nardes, a Previdência é um dos grandes “gargalos” a serem corrigidos, onde há 2,3 trilhões de reais não contabilizados.
“Chamamos o ministro da Fazenda quando descobrirmos que não foram contabilizados 2,3 trilhões de reais em relação à Previdência Autuarial... Estabelecemos um prazo para o ministro da Fazenda acertar isso.”
O presidente do TCU esteve no Congresso para entregar relatório aprovado na semana passada com recomendações de nove obras que devem ser paralisadas ou ter recursos retidos.
A lista, que inclui as obras da refinaria de Abreu e Lima, é uma sugestão do TCU aos parlamentares, que podem ou não acatá-la no momento em que analisarem a lei orçamentária para 2015.
O presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quarta-feira que o Legislativo tem a “obrigação” de aprovar o orçamento do próximo ano e que “há um esforço no sentido de que isso aconteça”.
Os parlamentares têm de aprovar, ainda no âmbito da Comissão Mista de Orçamento (CMO) a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2015, para então enviá-las ao plenário do Congresso.