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João Pedro Caleiro
Publicado em 5 de agosto de 2018 às 08h00.
Última atualização em 5 de agosto de 2018 às 08h00.
As fraldas para bebês e o papel higiênico estão prestes a ficar mais caros porque a oferta global de polpa de celulose está diminuindo e a demanda está aumentando.
A Procter & Gamble anunciou na terça-feira que aumentará o preço de produtos como fraldas Pampers, toalhas de papel Bounty, papel higiênico Charmin e lenços Puffs. Uma semana antes, a rival Kimberly-Clark havia alertado que os custos "significativamente" mais altos da matéria-prima levaram a companhia a reduzir sua perspectiva de resultados.
O preço da celulose, um material fibroso usado em muitos produtos de cuidados pessoais, aumentou nos últimos 12 meses e permanecerá alto até 2019, de acordo com um relatório de maio da Bloomberg Intelligence.
O aumento da demanda e algumas interrupções não planejadas nas fábricas -- por exemplo, por causa da greve dos caminhoneiros no Brasil e do clima excepcionalmente quente nos países nórdicos -- reduziram a oferta, disse Joshua Zaret, analista da Bloomberg Intelligence.
O objetivo do aumento de preço dos produtos à base de papel "é lidar com os custos de commodities que afetam toda a indústria", disse David Taylor, CEO da P&G, que tem sede em Cincinnati, nos EUA, em uma teleconferência de resultados.
Para complicar o panorama, a China impôs restrições às importações de papel-jornal usado e de correio descartado -- em grande parte provenientes dos EUA -- que eram reciclados para produzir celulose para a indústria local de embalagens. Com uma disponibilidade menor de polpa de material reciclado, "haverá claramente um impacto" no mercado da China no futuro, disse Zaret.