Economia

Alta do IOF reduziu câmbio nos cartões pré-pagos, diz Amex

Segundo executiva da American Express, aumento é resultado da elevação da demanda pela moeda em espécie desde o final de dezembro


	Dólar: mesmo acreditando que diferença do câmbio para dinheiro em espécie e para cartão tenda a aumentar, executiva não traçou projeção sobre em quanto poderá chegar
 (Scott Eells)

Dólar: mesmo acreditando que diferença do câmbio para dinheiro em espécie e para cartão tenda a aumentar, executiva não traçou projeção sobre em quanto poderá chegar (Scott Eells)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2014 às 14h11.

São Paulo - O aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para os cartões pré-pagos está provocando uma ampliação na diferença entre o câmbio turismo cobrado nas compras de moedas em espécie em relação ao do carregamento dos pré-pagos de viagens ao exterior, disse a vice-presidente e gerente-geral para América Latina e Canadá da American Express, Rose Meire Del Col.

"Essa diferença tende a crescer ainda mais", afirmou nesta terça-feira, durante entrevista coletiva para falar sobre planejamento de viagens internacionais considerando a mudança no IOF.

Segundo a executiva, esse aumento é resultado da elevação da demanda pela moeda em espécie desde o final de dezembro, quando o governo elevou de 0,38% para 6,38%, acompanhada de uma estratégia dos bancos de fomentar a venda de pré-pagos.

"O manuseio do dólar em espécie para o banco é caro e com a demanda maior as instituições se viram obrigadas a repassar esse custo para o câmbio turismo", disse.

De quase R$ 0,02 em média antes da mudança no IOF ,essa diferença subiu para aproximadamente R$ 0,05 a 0,07. Pelos cálculos da Amex, se o viajante adquirir 30% de moeda estrangeira em espécie e outros 70% em cartão pré-pago é possível reduzir quase à metade o impacto do aumento do IOF.

Mesmo acreditando que essa diferença do câmbio para o dinheiro em espécie e para o cartão tenda a aumentar, a executiva não traçou projeção sobre em quanto poderá chegar. "A Amex não tem nenhuma influência sobre a cotação aplicada nas cargas dos cartões e apenas emite e administra os cartões", acrescentou.

Sem fornecer indicadores, Rose revelou que de fato a alteração da alíquota afetou negativamente o resultado líquido de vendas do Global TravelCard, mas que o maior efeito se deu nas vendas de novos cartões. De acordo com a executiva, os clientes que já conhecem os benefícios do cartão pré-pago como segurança e acesso a rede de desconto em redes varejistas credenciadas continuam o uso. "O impacto nas recargas foi praticamente imperceptível", disse.

A executiva destacou que muitos turistas não sabem que o câmbio para a carga de cartões pré-pago é menor do que para a compra de moeda em espécie, um dos fatores que ajudam a diluir o aumento da alíquota. No caso dos descontos, Rose apresentou simulação em que gastos de US$ 300,00 na rede de varejo credenciada do cartão GlobalTravel, onde os descontos variam de 15% a 30%, recuperaram o IOF pago.

Para recuperar os níveis de vendas de novos cartões pré-pagos e fidelizar mais clientes, a Amex está ampliando sua rede de descontos. "O Brasil é o principal mercado do cartão global TravelCard", disse. O cartão está disponível também na Austrália, Africa do Sul, China, Índia e Estados Unidos.

Acompanhe tudo sobre:American ExpressCâmbioEmpresasEmpresas americanasImpostosIOFLeão

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo