Economia

Alta do dólar pressiona inflação em prazos curtos, diz Copom

Comitê do Banco Central, porém, avalia que efeitos decorrentes dessa alta devem ser limitados pela definição da taxa Selic

Sede do Banco Central em Brasília: para o Copom, a alta do dólar e as oscilações na taxa de câmbio nos últimos trimestres “ensejam uma natural e esperada correção de preços relativos (Ueslei Marcelino/Reuters)

Sede do Banco Central em Brasília: para o Copom, a alta do dólar e as oscilações na taxa de câmbio nos últimos trimestres “ensejam uma natural e esperada correção de preços relativos (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2013 às 09h43.

Brasília – A alta do dólar é “fonte de pressão inflacionária em prazos mais curtos”. A avaliação consta da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), divulgada hoje (18).

“No entanto, os efeitos secundários dela decorrentes, e que tenderiam a se materializar em prazos mais longos, podem e devem ser limitados pela adequada condução da política monetária [definição da taxa básica de juros, a Selic]”. Neste ano, para conter a inflação, o Copom elevou a Selic em 0,25 ponto percentual em abril, e em 0,5 ponto percentual em maio e neste mês. Atualmente, a Selic está em 8,5% ao ano.

Para o Copom, a alta do dólar e as oscilações na taxa de câmbio nos últimos trimestres “ensejam uma natural e esperada correção de preços relativos”.

O comitê diz ainda que os movimentos no mercado de câmbio no país “refletem, em certa medida, perspectivas de transição dos mercados financeiros internacionais na direção da normalidade, entre outras dimensões, em termos de liquidez e de taxas de juros”.

Na ata, o Copom também avalia que o cenário central para a inflação leva em conta a materialização das expectativas para variáveis fiscais, “não obstante iniciativas recentes apontarem o balanço do setor público em posição expansionista”.


Para o Copom, “a geração de superavit primários [economia para o pagamento de juros da dívida] compatíveis com as hipóteses de trabalho contempladas nas projeções de inflação, além de contribuir para arrefecer o descompasso entre as taxas de crescimento da demanda e da oferta, solidifica a tendência de redução da razão dívida pública sobre Produto [Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços produzidos no país] e a percepção positiva sobre o ambiente macroeconômico no médio e no longo prazo”.

O Copom também reitera que um “risco significativo” para a inflação está “na possibilidade de concessão de aumentos de salários incompatíveis com o crescimento da produtividade”.

“Não obstante sinais de moderação, o comitê avalia que a dinâmica salarial permanece originando pressões inflacionárias de custos”, diz a ata.

“Nesse contexto, o Copom entende ser apropriada a continuidade do ritmo de ajuste das condições monetárias [aumento da taxa Selic] ora em curso”, acrescenta a ata.

O Copom reiterou ainda que, em momentos como o atual, é necessário manter-se “especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação como o observado nos últimos doze meses persistam no horizonte relevante para a política monetária”.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCâmbioCopomDólarInflaçãoJurosMercado financeiroMoedas

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto