Cubos de açúcar: na semana passada, a Índia elevou a tarifa de importação sobre o adoçante a 25% (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 27 de agosto de 2014 às 11h28.
Mumbai - Os preços do açúcar na Índia estão se firmando por temores quanto a restrições de oferta no curto prazo e demanda sazonal, mesmo quando os preços globais estão recuando, representando uma ameaça para a recente recuperação nas exportações do segundo maior produtor mundial do adoçante.
O aumento do imposto de importação de açúcar na Índia, a demanda ligada a festivais religiosos e um atraso esperado na moagem de cana em um importante Estado na produção ajudaram a empurrar os preços internos, levando a um prêmio de 70 dólares por tonelada sobre os preços internacionais, tornando mais lucrativo vender no mercado interno. Há um ano, o prêmio era de apenas 20 dólares por tonelada.
Exportações menores da Índia ajudariam a dar suporte no curto prazo para os preços globais de açúcar que atingiram uma baixa de sete meses na segunda-feira e permitiriam que tradicionais exportadores, como o Brasil e a Tailândia, tivessem oportunidade de se beneficiar mais do mercado.
Na semana passada, a Índia elevou a tarifa de importação sobre o adoçante a 25 por cento, contra 15 por cento anteriormente, para ajudar as usinas, que estão lutando com armazéns repletos devido a grandes colheitas dos últimos anos.
"O aumento da tarifa de importação isolou o mercado indiano de tendências globais de preços. Preços locais não cairão devido ao excedente global", disse Ashok Jain, presidente da Bombay Sugar Merchants Association.
A Índia celebra as festas religiosas de Dussehra e Diwali nos próximos dois meses, período em que a demanda e os preços do açúcar sobem.
Desde o início do ano comercial 2013/14 para o açúcar, em outubro do ano passado, as usinas indianas têm exportado de forma agressiva para reduzir o excedente de açúcar.
A Índia geralmente produz açúcar branco, mas este ano também produziu açúcar bruto, especialmente para atender à demanda do crescimento da capacidade de refino na Ásia e na África.
As exportações tendem a crescer para 2,5 milhões de toneladas no ano atual que termina em 30 de setembro, em comparação com apenas 35 mil toneladas no ano anterior. Mas, em 2014/15 Índia deve enviar muito menos do que no ano atual, já que as usinas não estão interessadas na produção de açúcar bruto, disseram executivos do setor.