Gasolina: o combustível voltou a ser taxado com tributos federais em R$ 0,47, mas esperava-se que redução de R$ 0,13 do preço na refinaria (Elpidio Costa Junior/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 1 de março de 2023 às 19h53.
No primeiro dia da volta da incidência de impostos sobre combustíveis, o aumento de preço da gasolina na bomba chega a R$ 0,60, quase o dobro dos R$ 0,34 estimados pelo governo. No caso do etanol, apesar do imposto representar um acréscimo de R$ 0,02 por litro, a alta chegou a até R$ 0,20.
Em uma ronda realizada, nesta quarta-feira, em postos de norte a sul do Rio de Janeiro, o maior reajuste nos preço da gasolina foi registrado em um posto na Lagoa, Zona Sul da cidade. Lá, o valor do litro saltou de R$ 5,29 para R$ 5,89, uma diferença 77% maior do que a esperada pela equipe econômica.
O combustível voltou a ser taxado com tributos federais em R$ 0,47, mas esperava-se que redução de R$ 0,13 do preço na refinaria, anunciado pela Petrobras nesta terça-feira, aliviasse o impacto para o consumidor do retorno do imposto.
No etanol, o aumento também foi maior do que o esperado. Em um posto da Avenida Brasil, na altura do Caju, o combustível era vendido a R$ 4,59 por litro, um aumento de R$ 0,20 em relação ao valor anterior. Uma variação dez vezes maior do que o impacto do imposto sobre o litro, que é de R$ 0,02.
Apesar do preço do litro do álcool ter subido menos que o da gasolina, os postos registravam baixa procura pelo combustível. De fato, em 23 das 25 capitais monitoradas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), apesar da diferença de valor entre os dois combustíveis, ainda é mais vantajoso abastecer com a gasolina do que com o etanol.
— O pessoal tem usado muito pouco o etanol. Mesmo quem tem GNV no carro, têm colocado gasolina — disse frentista João Alexandre, ressaltando que o etanol atualmente é pouco competitivo.
Nem mesmo em um posto em Manguinhos, no qual apenas o preço da gasolina foi reajustado em R$ 0,30, para R$ 5,39, o etanol, por R$ 4,29 o litro, não é a opção mais econômica. Para saber qual é a escolha mais econômica, o consumidor precisa fazer uma conta que leva em consideração o preço e a rentabilidade do combustível.
Apesar de sentir no bolso, Francisco Gomes, profissional liberal que usa o carro para trabalhar, acredita que o aumento teve que ser feito:
— O governo anterior abaixou o preço por conta das eleições. Acredito que tem que ter o imposto pela parte econômica, então a gente abastece com o que tem no momento.
Já a aposentada Vera Borges se assustou com o novo preço da gasolina comum no posto: R$ 5,69.
— A gente paga chorando. Se eu tivesse visto o preço antes, não teria entrado aqui, teria pesquisado melhor. Esse posto nunca mais! — disse Vera.
O preço médio da gasolina no Rio de Janeiro, segundo a ANP, era R$ 4,97. Com a volta dos tributos federais, deve subir para R$ 5,31. Enquanto isso, a média do litro do álcool deve subir de R$ 4,25 para R$ 4,27. Como os preços de combustíveis são livres no país, é possível haver variações maiores ou menores.