Economia

Aliados dos EUA adotam medidas retaliatórias contra tarifas sobre aço

UE, Canadá e México anunciaram medidas retaliatórias depois que os Estados Unidos anunciaram tarifas de 25% sobre as importações de aço e 10% sobre alumínio

Trump: as novas tarifas para países aliados foram condenadas por republicanos e pelo principal grupo de lobby dos EUA, provocando uma queda nos mercados financeiros (Kevin Lamarque/Reuters)

Trump: as novas tarifas para países aliados foram condenadas por republicanos e pelo principal grupo de lobby dos EUA, provocando uma queda nos mercados financeiros (Kevin Lamarque/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 1 de junho de 2018 às 08h57.

Washington/Bruxelas - Canadá e México responderam com a imposição de tarifas sobre bilhões de dólares de produtos dos Estados Unidos, desde suco de laranja a carne de porco, e a União Europeia vai taxar uísque bourbon e as motocicletas Harley Davidson, depois que Washington arriscou desencadear uma guerra comercial global impondo tarifas sobre aço e alumínio.

A comissária de Comércio da UE, Cecilia Malmstrom, anunciou uma coletiva de imprensa às 15h (horário de Brasília) para apresentar a resposta do maior bloco comercial do mundo às tarifas dos EUA. O ministro da Economia da Alemanha disse que a UE pode procurar coordenar sua resposta com o Canadá e o México.

As tarifas norte-americanas sobre seus aliados mais próximos, anunciadas pela primeira vez pelo presidente Donald Trump em março, foram condenadas por congressistas republicanos e pelo principal grupo de lobby dos EUA e provocaram uma queda nos mercados financeiros.

As tarifas de 25 por cento sobre as importações de aço e 10 por cento sobre alumínio da UE, Canadá e México estavam previstas para entrar em vigor a partir das 7h (horário de Brasília) desta sexta-feira, disse o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, a repórteres.

"Estamos ansiosos para continuar as negociações, tanto com o Canadá e o México, por um lado, e com a Comissão Europeia, por outro lado, porque há outras questões que também precisamos resolver", disse ele.

Canadá e México, envolvidos em conversas com os Estados Unidos para modernizar o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), responderam rapidamente. O Canadá, maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, vai impor tarifas cobrindo 12,8 bilhões dólares de importações dos EUA, incluindo uísque, suco de laranja, aço, alumínio e outros produtos, disse a chanceler Chrystia Freeland.

"A administração norte-americana tomou hoje uma decisão que nós deploramos, e obviamente vai levar a medidas de retaliação, como deve", disse o primeiro-ministro Justin Trudeau.

O México anunciou o que descreveu como medidas "equivalentes" em uma ampla gama de produtos agrícolas e industriais dos EUA, incluindo pernil de porco, maçãs, uvas e queijo, bem como aço e outros produtos. As tarifas serão mantidas até que o governo dos EUA elimine suas tarifas, disse o Ministério da Economia do México.

A UE já ameaçou impor tarifas sobre as motocicletas Harley Davidson e bourbon, medidas que atingiriam as bases políticas dos congressistas republicanos dos EUA.

"Queremos mercados abertos, mercados livres, mas temos que convencer o governo dos EUA", disse o ministro da Economia, Peter Altmaier. "Nós tentamos fazer isso através de negociação e agora vamos fazê-lo unindo-nos e formulando uma resposta europeia comum, possivelmente trabalhando mais de perto com o México e o Canadá."

Os membros da UE deram amplo apoio ao plano da Comissão Europeia de estabelecer tarifas sobre 2,8 bilhões de euros (3,4 bilhões de dólares) de exportações norte-americanas, caso Washington ponha fim às isenções tarifárias.

As tarifas da UE devem entrar em vigor em 20 de junho, desde que os 28 Estados-membros as aprovem.As exportações da UE sujeitas a impostos norte-americanos valem 6,4 bilhões de euros (7,5 bilhões de dólares).

Acompanhe tudo sobre:acoCanadáEstados Unidos (EUA)MéxicoTarifasUnião Europeia

Mais de Economia

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto

Manifestantes se reúnem na Avenida Paulista contra escala 6x1

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta