Wolfgang Schaeuble: "vamos ajudar os mercados emergentes, dentro dos limites de nossas possibilidades, para que resolvam seus problemas assim como eles ficaram do nosso lado nos últimos anos" (Tobias Schwartz/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2014 às 08h24.
Berlim - A recente turbulência em mercados emergentes afetará economias europeias orientadas para a exportação mas não há sinais de que o bloco caminha para uma deflação, disse o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble.
Falando à Reuters como parte de uma série de entrevistas com autoridades da zona do euro, Schaeuble sinalizou prontidão em ajudar países emergentes que viram suas moedas despencar para mínimas em vários anos nas últimas semanas como parte de vendas generalizadas.
"Vamos ajudar os mercados emergentes, dentro dos limites de nossas possibilidades, para que resolvam seus problemas assim como eles ficaram do nosso lado nos últimos anos", disse Schaeuble, apontando para a reunião dos ministros das Finanças do G20 na Austrália neste mês.
"A difícil situação em alguns mercados emergentes nos afeta, claro. Somos todos dependentes de exportações, a Alemanha mais do que outros países", acrescentou.
Mas Schaeuble, que iniciou seu segundo mandato como ministro das Finanças em dezembro, afirmou concordar com o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, que a desaceleração da alta dos preços não é um perigo para a zona do euro, apesar de a inflação anual ter atingido 0,7 por cento no mês passado e de alertas do Fundo Monetário Internacional de que a deflação é um risco em potencial.
"Não há perigo de deflação na Europa", disse Schaeuble. "Entendemos a deflação como uma relutância em gastar em antecipação à queda dos preços. E não há sinais disso." (Reportagem de Noah Barkin e Gernot Heller)