Estímulo: incentivos à compra de carros elétricos já funciona em outros países, como Holanda e Noruega. (Sean Gallup/Getty Images)
Vanessa Barbosa
Publicado em 28 de abril de 2016 às 17h41.
São Paulo - Saltar dos atuais 50 000 carros elétricos nas estradas para 1 milhão em quatro anos. Esse é o objetivo ambicioso do governo da Alemanha, que anunciou nesta semana planos de investir 1 bilhão de euros para promover os carros verdes.
Segundo o plano, quem comprar um veículo elétrico será elegível a receber um desconto de 4 000 euros (15 810 reais), se for um modelo 100% elétrico, ou de 3 000 euros (11 850 reais) para um plug-in híbrido. No total, 600 milhões de euros serão destinados para este fim.
Com início em Maio, o programa não se aplicará a veículos que custem mais de 60 mil euros, e os interessados em comprar um carro verde precisam correr porque, a partir de 2018, o incentivo será revisado para baixo.
O projeto também prevê um orçamento de 300 milhões de euros até 2020 para acelerar a construção de infraestrutura para a mobilidade eletrificada, como estações de carregamento nas cidades e rodovias.
Além disso, outros 100 milhões de euros vão para a compra de carros elétricos para frotas do próprio governo federal. Atualmente, apenas 10% deles são movidos a eletricidade, mas o objetivo é chegar a 25%.
Qualquer montadora estrangeira pode participar do programa e se beneficiar da subvenção, que será dividida meio a meio entre o governo e as empresas signatárias do acordo. Até o momento, os únicos fabricantes que se inscreveram foram a Volkswagen, Daimler e BMW.
Dada a tendência dos compradores alemães de adquirir marcas nacionais, a indústria de automóveis do pais certamente será a que mais se beneficiará do programa.
Tábua de salvação
Países como a Noruega e a Holanda já usam sistemas de incentivos para encorajar o a expansão dos carros elétricos e é justamente nesses lugares que a mobilidade elétrica mais cresce.
Com a investida, o governo alemão espera impulsionar o segmento de modelos verdes a ponto de torná-los um "mercado de massa", conforme declarou o vice-chanceler e ministro da economia Sigmar Gabriel.
A iniciativa também ajudaria a frear os efeitos comerciais e ambientais do escândalo de manipulação dos testes de emissão nos modelos a diesel da Volkswagen.
De certa forma, o carro elétrico parece ser uma tábua de salvação tanto para a indústria automotiva quanto para o governo daquele país.