Ministro da Economia da Alemanha, Sigmar Gabriel: a Alemanha quer encerrar a questão e autoridades já argumentaram que o país tem honrado obrigações (Charles Platiau/Reuters)
Da Redação
Publicado em 7 de abril de 2015 às 17h09.
Berlim - O ministro da Economia da Alemanha considerou nesta terça-feira "estúpido" o pedido da Grécia de 278,7 bilhões de euros em reparações da Segunda Guerra Mundial, enquanto a oposição alemã disse que Berlim deve reembolsar um empréstimo forçado feito na época da ocupação nazista.
O vice-ministro grego das Finanças, Dimitris Mardas, fez o pedido na segunda-feira, tocando numa questão emocional num país onde muitos culpam a Alemanha, o seu maior credor, pelas duras medidas de austeridade e os elevados índices recordes de desemprego ligadas a dois programas de resgate internacional totalizando 240 bilhões de euros.
O ministro da Economia e vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, disse que o pedido é "estúpido", acrescentando que a Grécia, em última análise, tinha interesse em pressionar um pouco seus parceiros da zona do euro para ajudar Atenas a superar sua crise da dívida.
"E esta margem de manobra não tem absolutamente nada a ver com a Segunda Guerra Mundial ou pagamentos de reparação", disse Gabriel, que lidera os social-democratas (SPD), parceiro minoritário na coalizão de governo com os conservadores da chanceler Angela Merkel.
A Alemanha quer encerrar a questão das reparações e autoridades já argumentaram que o país tem honrado suas obrigações, incluindo um pagamento de 115 milhões de marcos alemães feito à Grécia em 1960.
Uma porta-voz do Ministério das Finanças disse nesta terça-feira que a posição do governo não mudou.
O especialista em orçamento dos conservadores, Eckhardt Rehberg, tem acusado Atenas de deliberadamente misturar a crise da dívida e as exigências de reformas impostas pelos credores internacionais com a questão das reparações e compensações.
"Para mim, a cifra de 278,7 bilhões de euros de supostas dívidas de guerra não é compreensível nem sensata", disse ele à Reuters. "A questão da reparação tem sido, para nós, debatida tanto de uma perspectiva política como legal."