Alemanha: esta foi a maior queda das exportações numa série histórica iniciada em agosto de 1990 (Westend61/Getty Images)
AFP
Publicado em 9 de junho de 2020 às 06h33.
Última atualização em 9 de junho de 2020 às 07h29.
As exportações da Alemanha, principal motor da economia do país, caíram 24% em abril, o mês que representou o momento mais grave da pandemia de COVID-19, um retrocesso que não era registrado desde o fim da Segunda Guerra Mundial, informou o Escritório Federal de Estatísticas (Destatis).
Na comparação com abril de 2019, a queda das exportações foi de 31,1%, o que deixou as vendas ao exterior em 75,7 bilhões de euros (85,28 bilhões de dólares), algo nunca observado desde 1950, quando o país começou a divulgar este tipo de estatística, destacou o Destatis.
As importações registraram queda de 16,5%, a 72,2 bilhões de euros (81,339 bilhões de dólares), o que deixou o excedente comercial em € 3,5 bilhões (US$ 3.943 bilhões), contra 17,4 bilhões de euros em março.
O excedente de abril está muito abaixo das expectativas dos analistas entrevistados pela agência financeira Factset, que projetavam um resultado de 13,8 bilhões de euros.
Os dados refletem a forte queda da produção na Alemanha devido à pandemia, sobretudo na indústria automotiva.
As exportações para os países da União Europeia caíram 35% em ritmo anual, particularmente para a França (-48,3%) e Itália (-40,1%). As exportações para a China recuaram 12,6% - a economia do país asiático foi retomada antes da europeia.
Paralelamente, as importações alemãs de produtos chineses aumentaram 10% e as de produtos americanos 2,4%.
O PIB alemão pode registrar queda de 10% no segundo trimestre do ano, um resultado sem precedentes nos últimos 50 anos, de acordo com vários institutos econômicos. A economia do país recuou 2,2% no primeiro trimestre e o país entrou tecnicamente em recessão.