O porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert: segundo sua opinião, o plano para Nicósia consolida as bases para um futuro "sustentável" e "sólido" (Johannes Eisele/AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2013 às 11h35.
Berlim - O governo alemão disse nesta quarta-feira que o resgate ao Chipre foi uma solução para um problema muito específico, mas ao mesmo tempo evitou descartar abertamente a taxação sobre poupanças em futuros programas de ajuda a outros países da eurozona.
Em um encontro de representantes do Executivo com a imprensa, tanto o porta-voz do Governo, Steffen Seibert, como do Ministério das Finanças, Marianne Kothe, procuraram não se posicionar sobre a questão apesar da insistência dos jornalistas.
"O Chipre é um caso singular e os instrumentos de seu programa de ajuda são particulares. A solução para o Chipre não pode ser extrapolada para novos resgates. As soluções gerais não funcionam", disse Seibert.
No entanto, perguntado diretamente sobre a possibilidade de se voltar a aplicar o controvertido confisco em novos programas financeiros, o porta-voz não deu uma resposta clara.
Seibert acrescentou que o plano estipulado pelo Eurogrupo para o Chipre contém os "instrumentos corretos" para resolver os "problemas específicos" do país, isto é, de seu "setor bancário sobredimensionado".
Segundo sua opinião, o plano para Nicósia consolida as bases para um futuro "sustentável" e "sólido".
Kothe, por sua vez, limitou-se a dizer que os depósitos de menos de 100.000 euros estão protegidos legalmente em toda Europa.
O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, disse esta semana que o modelo de resgate do Chipre poderia ser aplicado em outros países, o que causou turbulências nos mercados financeiros.
A Comissão Europeia descartou ontem que as linhas traçadas pelo programa de ajuda a Nicósia signifiquem um modelo para futuros resgates no seio da eurozona.
Neste sentido, o presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, e o presidente da França, François Hollande, defenderam ontem em um encontro em Paris que o acordo do Chipre é "único" e "excepcional".
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