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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.
Dublin - O crescimento econômico europeu acelerou no segundo trimestre de 2010, com o desempenho da Alemanha ofuscando as dificuldades de Espanha, Irlanda e Grécia.
O crescimento alemão acima do previsto, combinado com a expansão sólida, mas menos impressionante da França, impulsionou a taxa de crescimento agregado dos 16 países da zona do euro para 1 por cento em relação ao trimestre anterior.
O maior ritmo de expansão do bloco monetário em mais de três anos, que se compara ao avanço econômico de apenas 0,2 por cento no primeiro trimestre, ficou acima das previsões do mercado e também acima do crescimento de 0,6 por cento registrado nos Estados Unidos no período.
Muitos economistas se surpreenderam com o tamanho do crescimento, mas eles esperam uma nova desaceleração a partir do segundo semestre, quando as medidas de austeridade na Alemanha e em outras economias mais fracas podem afetar a economia, especialmente se a desaceleração da China diminuir a demanda asiática por bens europeus.
O Produto Interno Bruto (PIB) alemão subiu 2,2 por cento na comparação trimestral, a maior expansão desde que o país se reunificou no início dos anos 1990, após a queda do Muro de Berlim.
Alguns economistas esperaram, agora, que a economia da Alemanha cresça pelo menos 3 por cento no ano como um todo, algo que só uma expansão moderada no terceiro e quarto trimestre possibilitaria.
"Dados os sinais de que a demanda global já está enfraquecendo, o crescimento alemão provavelmente irá desacelerar. Uma recuperação sustentável exigiria uma retomada significativa no gasto do consumidor, o que parece improvável já que a consolidação fiscal da Alemanha começa no ano que vem", disse Jennifer McKeown, da consultoria Capital Economics em Londres.
Alemanha lidera
O elemento mais impressionante é a distância que a economia exportadora da Alemanha abriu em relação ao resto do bloco, não apenas em comparação à Grécia e a outras economias frágeis como as de Portugal, Irlanda e Espanha.
A França, que depende mais da demanda doméstica que sua vizinha, registrou crescimento de 0,6 por cento no segundo trimestre, com boa parte do ganho vinda da demanda interna e da reconstrução de estoques.
Paris sugere que Berlim faça mais pela Europa e incentive o consumo doméstico, criando um mercado maior para as exportações de outros países da zona do euro que precisam de uma fonte alternativa de crescimento agora que a era global de crédito barato acabou.
A Itália, terceira maior economia da zona do euro, registrou na semana passada uma expansão de 0,4 por cento no mesmo período. Várias economias menores que tiveram bom desempenho antes de 2007 não estão tão bem, tornando mais difícil a tarefa do Banco Central Europeu (BCE) de estabelecer uma taxa de juros única para todos os 16 países da área do euro.
Na Espanha, afetada como a Irlanda pelo fim do crescimento súbito do mercado imobiliário e pelo fim da bolha de crédito mundial, o PIB permaneceu fraco. A alta de 0,2 por cento mostra que o país está tendo dificuldades para manter a recuperação após o crescimento de 0,1 por cento no primeiro trimestre.
A Grécia, que depende desde maio de um fundo de resgate enquanto implementa um draconiano plano de austeridade fiscal, disse na quinta-feira que o PIB foi pior que o esperado no segundo trimestre, com queda de 1,5 por cento.
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