Economia

Alemanha dará ajuda de 500 milhões de euros à Ucrânia

Angela Merkel reforçou seu apelo para que Ucrânia e Rússia iniciem negociações

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel (REUTERS/Michaela Rehle)

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel (REUTERS/Michaela Rehle)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2014 às 15h42.

Kiev - A Alemanha ofereceu um apoio financeiro à Ucrânia de 500 milhões de euros (US$ 662 milhões) em garantias de empréstimos para a reconstrução de infraestrutura e 25 milhões de euros (US$ 33 milhões) para construção de moradias para pessoas que foram obrigadas a deixar suas casas, disse a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, neste sábado, durante sua primeira visita ao território ucraniano desde que o início da crise no país, em fevereiro passado.

O objetivo da viagem de Merkel ao país é demonstrar solidariedade ao presidente ucraniano Petro Poroshenko.

A chanceler reforçou seu apelo para que Ucrânia e Rússia iniciem negociações, três dias antes de uma reunião já marcada entre Poroshenko, o presidente russo Vladimir Putin e autoridades da União Europeia em Minsk, na Bielorrússia.

Em meio a novas tensões sobre um comboio russo de caminhões e acusações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de que as forças russas estavam agindo dentro do território ucraniano, Merkel emergiu como a principal intermediária do Ocidente na crise entre Rússia e Ucrânia.

Ela afirmou que não estava pressionando por novas sanções contra a Rússia, apesar do clamor internacional contra o envio de um comboio de caminhões que, segundo governo russo, levavam ajuda humanitária para o leste da Ucrânia, controlado pelos rebeldes.

A chanceler disse também, em uma coletiva de imprensa após a reunião com Poroshenko, que, em vez das sanções, aprovava uma nova rodada de diplomacia no sentido de resolver a crise. "Para nós, não é uma questão de novas sanções no momento", ressaltou.

Merkel não fez menção à acusação por parte da Otan na sexta-feira de que as forças russas estavam atuando de forma cada vez mais ativa dentro Ucrânia, na medida em que o conflito entre as forças ucranianas e rebeldes pró-Rússia se arrasta.

Mas afirmou que a Alemanha apoiará a integridade territorial da Ucrânia e que um cessar-fogo deveria apenas acontecer se for do acordo de ambos os lados.

Segundo ela, uma condição fundamental prévia para um cessar-fogo seria o fechamento da fronteira com a Rússia para que armas e combatentes rebeldes parassem de entrar no leste da Ucrânia.

"Isso não vai funcionar com a fronteira aberta, através da qual as armas são transportadas da Rússia", ressaltou a chanceler alemã.

Merkel disse que também estava pressionando por um encontro do "grupo de contato", formado por autoridades ucranianas, russas e internacionais, com representantes de diferentes regiões da Ucrânia.

Poroshenko se referiu à Alemanha como um "parceiro confiável e amigo", refutando críticas no seu próprio país de que Merkel não estava se posicionando suficientemente contra Putin. O presidente ucraniano prometeu fazer um esforço de boa-fé para acabar com a luta. "Chegou a hora de acabar com a conversa da guerra e começar a falar de paz", disse Poroshenko.

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaAngela MerkelEuropaPaíses ricosPersonalidadesPolíticosUcrânia

Mais de Economia

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto

Manifestantes se reúnem na Avenida Paulista contra escala 6x1