Economia

Além de bancos, varejo e operadoras se protegem de calotes

O sinal amarelo nos calotes fez os grandes bancos elevarem em R$ 16 bilhões o saldo de provisões para devedores duvidosos em apenas um trimestre


	Dívidas: o sinal amarelo nos calotes fez os grandes bancos elevarem em R$ 16 bilhões o saldo de provisões para devedores duvidosos em apenas um trimestre
 (Wavebreakmedia Ltd/Thinkstock)

Dívidas: o sinal amarelo nos calotes fez os grandes bancos elevarem em R$ 16 bilhões o saldo de provisões para devedores duvidosos em apenas um trimestre (Wavebreakmedia Ltd/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2015 às 14h04.

São Paulo - A expectativa de piora na economia provocou uma corrida das empresas de capital aberto, que construíram um colchão bilionário para se protegerem de uma possível alta nos calotes.

O movimento não é só de bancos, mas também de empresas de varejo e de telecomunicações. As companhias estão se protegendo da possibilidade de que mais clientes percam o emprego e, por isso, tenham dificuldade em honrar compromissos nos próximos meses.

No terceiro trimestre, a inadimplência das pessoas físicas subiu em um ritmo que surpreendeu até bancos, como o Itaú. E o pico está longe de ser alcançado. A expectativa é que alguma melhora no índice só apareça em 2017.

O sinal amarelo nos calotes fez os grandes bancos elevarem em R$ 16 bilhões o saldo de provisões para devedores duvidosos em apenas um trimestre. As reservas de Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Santander superaram a marca de R$ 112,5 bilhões.

Entre os bancos médios, os números também mostram o medo da inadimplência. Para o Daycoval, o índice vai subir por causa do cenário "absolutamente desafiador".

O reforço nas provisões, segundo o professor de finanças da Fundação Instituto de Administração (FIA), Marcos Piellusch, é importante e esperado para as empresas neste ano.

Com inflação e desemprego em alta, o atraso das pessoas físicas vai aumentar por causa de maiores gastos recorrentes com luz, água, telefone, plano de saúde e mensalidades escolares.

Além dos bancos. As companhias de varejo também têm visto subir a inadimplência em seus produtos financeiros.

O Magazine Luiza, que tem a maior parte de suas operações de crédito numa joint venture com o Itaú, teve de aumentar as provisões apesar de ter reduzido a carteira de crédito ao consumidor em 35,5%. Na Renner, as provisões agora equivalem a 18,8% da careteira total de credito, contra 14% do mesmo período de 2014.

No setor de Educação, além do cenário macroeconômico, houve o impacto das mudanças no Fies, programa de financiamento à educação superior do governo federal. Kroton, Ser Educacional e Anima estão entre as que reforçaram as provisões para calotes.

Outro segmento que não passou ileso foi o de telecomunicações. A Telefônica Vivo passou a ser mais rigorosa na gestão de inadimplência e cobrança.

Com isso, as previsões subiram 27,5% de julho a setembro, em relação ao mesmo período de 2014, para R$ 349,4 milhões. "Estamos aplicando políticas rígidas para que a inadimplência não cresça", justificou o presidente da Telefônica Vivo, Amos Genish, em teleconferência.

As despesas com provisões foram o destaque da alta dos gastos operacionais da Oi no trimestre, ao subirem 29,5% em 12 meses, para R$ 181 milhões. A empresa fechou o período de julho a setembro com prejuízo superior a R$ 1 bilhão. 

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